"A Nossa Escola"

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O que nos leva hoje a falar tanto de Educação? A vontade de não repetirmos erros que percorrem gerações? O desejo de alterar um sistema que sempre nos “empurrou” para fazer algo pela vida ao invés de nos ensinar a descobrir o melhor que lhe podemos dar? Seguramente, uma determinação colectiva em ajudar crianças e jovens a desenvolver todas as suas aptidões, para que um dia possamos ter um mundo de pessoas mais felizes.
Talvez por isso, a relação escola-família se tenha tornado uma abordagem recorrente sempre que pensamos ou falamos de Educação. Todos sabemos que o ideal para os nossos filhos seria que entre ambas existisse uma boa relação de complementaridade. Que, na prática, se conseguisse uma grande proximidade entre estas duas famílias, que desde cedo partilham a essência e a vida deles. A sua família, em casa, e aquela outra com quem passam a maior parte do dia – professores, educadores, auxiliares, coleguinhas e amigos. Sendo eles os maiores beneficiados, certamente todos saímos ganhadores.

Também  talvez por isso, hoje apetece-me falar “da nossa escola”.
É assim que nos referimos à escola que o meu filho tem o privilégio de frequentar há seis anos. Do mesmo modo que falamos “da nossa casa”.

Na nossa escola, há uma família e tudo o que a ela é inerente. Os meninos são amados e acarinhados, mas conhecendo regras e limites. Cada um, respeitado na sua individualidade e nas diferenças que transporta. Nesta escola, não há segredos e, tal como em casa, as crianças conhecem-lhe todos os cantos e recantos.
Também não há directores, mas sim um tio e uma tia. Não com qualquer afectação social, que hoje tantas vezes atribuímos à figura, mas com a mesma carga de ternura que o laço sanguíneo pressupõe. Essa é a fórmula carinhosa desde sempre encontrada para que os meninos saibam que também ali está uma parte da sua família. E de que forma…
















Esta é uma escola onde as pequenas coisas são trabalhadas, para que as grandes decorram com êxito. Para isso, contribui a entrega sem limites da família que a gere. Entrega, sabedoria e sensibilidade com que no dia a dia cuidam das crianças que lhes confiamos. E, claro está, da equipa de colaboradores de que sabem rodear-se, desde auxiliares, educadoras a professores.

Os meninos vão felizes para a escola e é com naturalidade que lá passam os dias, entretidos, a adquirir conhecimentos… porque natural é, também, que os pais ou os avós passem por lá. É  que a nossa escola está sempre aberta. A qualquer hora podemos entrar, não precisamos de motivo ou aviso prévio.

Desde cedo, os meninos sabem que aquela família e a sua se complementam, que unem esforços e vontades em torno do mesmo objectivo - dar-lhes asas para os ajudar a serem pessoas fantásticas e, acima de tudo, felizes.



Na nossa escola, temos a semana do pai, a semana da mãe, a festa dos avós. E, acreditem, o empenho com que se desenrolam é tão grande de um lado e de outro,que muitos de nós chegam a reservar alguns dias de férias para brindar os filhos com a sua presença. E que felizes e agradecidos eles ficam!

Temos as semanas da leitura, da ciência, da matemática… a semana da amizade, em que todos depositam cartas no marco do correio… o dia da poesia. Mas temos tudo isto, e muito mais, de forma partilhada.

A nossa escola tem um fórum, actualizado diariamente, onde podemos ver desde a ementa semanal às actividades desenvolvidas sala a sala. As frases mais comuns são “pais venham ver os nossos meninos”, “ pais venham participar”!

Aqui, é prática corrente a família participar do quotidiano da escola, contando uma história, falando da sua profissão ou, simplesmente, fazendo biscoitos com a criançada.


Depois da história contada pela mãe Joana, os meninos do 1ºano fizeram este trabalho

Esta é também uma escola solidária. Quando um menino está doente, os amigos telefonam-lhe para o animar. E, se for caso disso, recebe a visita da professora e dos restantes amigos em casa. Quando as professoras ou os tios estão doentes, os meninos perguntam por eles e os pais preocupam-se… afinal, são a nossa família!

É uma escola construída em cima de afectos, onde a amizade perdura para além da distância.Os que vão saindo não a esquecem, nem são esquecidos.

Na nossa escola, os pais encontram-se ao final da tarde, quando vão buscar os filhos, e ficam à conversa, naquele que é também o seu espaço. Talvez  por isso , seja tão difícil trazer a rapaziada para casa.Tudo ali quer continuar…Por brincadeira, sempre digo, que lhes põem pózinhos de perlimpimpim no leite!

Há pouco tempo, decorreu a semana da mãe, este ano em simultâneo com a da leitura.Na nossa sala, foi-nos pedido para preparar uma surpresa para os meninos, com base numa obra do plano nacional de leitura. Agarrámos no “Abecedário Maluco”, da Luísa Ducla Soares, virámo-lo de pernas para o ar e compusemos uma música rap. Fizemos uma entrada triunfal por aquela escola, vestidas a rigor, capazes de deixar roídos de inveja os mais fiéis militantes do estilo, que nos tivessem posto o olho em cima. Fomos uma hora mais cedo para o ensaio geral na sala da direcção.



” Isto só é mesmo possível nesta escola”, comentou alguém. É verdade, e sabemos que temos um património conjunto que não voltaremos a ter em mais nenhum outro sítio! Já agora, asseguro-vos que a criançada ficou em delírio depois da actuação, embora no momento em que fomos anunciadas, o primeiro comentário tenha sido –“ A minha mãe? A cantar rap? Ai que vergonha!”



O êxito foi total e no final fomos recompensadas com a oferta de um sushi feito pelos meninos.

Mas não são só as famílias que usufruem desta forma sensível e afectuosa de funcionar, os laços estabelecem-se igualmente com o exterior.



O ano passado, numa iniciativa bonita, a escola abriu as portas à comunidade local, convidou as pessoas da terra a partilharem saberes com as nossas crianças. Resultado, os meninos, deleitados, ouviram histórias e lendas contadas pelos  mais velhos…e claro, gostaram muito! De vez em quando, homenageiam-se vultos da cultura local. E, amiúde, os meninos são levados pela tia à descoberta dos cheiros, dos mistérios da nossa terra, ou simplesmente, ao encontro das ovelhas…

Recentemente, o Chá de Sintra teve a ideia de organizar um pólo de troca de livros. Apetece-nos partilhar leituras mas precisamos de um espaço para o fazer. A todas ocorreu que o sítio ideal seria “a nossa escola”.
“Claro que sim, é uma ideia fantástica”, foi a resposta da nossa querida Sofia!
Vamos deitar mãos à obra!

Porque, às vezes, só percebemos a grandeza do que temos quando se acaba, aqui fica a homenagem do Chá de Sintra a uma escola que tanto contribui para que os nossos pimpolhos cresçam felizes, amando e sendo amados, e assim nos ajuda a sermos famílias mais confiantes!

Com a certeza que só quem por cá passa sabe do que falo!



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O Nosso Eléctrico

domingo, 23 de maio de 2010

O nosso artigo sobre o eléctrico de Sintra, de 30 de Abril, tem vindo a gerar alguma controvérsia. O respeito pela diversidade de opiniões e o debate de ideias que aquela sempre origina, constituem algo que nos agrada e motiva. Os comentários que recebemos, ainda que defendendo pontos de vista opostos, foram por nós publicados aqui.

Hoje, publicamos o comentário de um nosso leitor, cuja opinião é concordante com a do Chá de Sintra. Não só porque o subscrevemos totalmente, mas também porque nos revemos no rigor e na seriedade que dele sobressaem.

"Caras Amigas,

Considerei muito sedutor o texto que divulgaram sobre o eléctrico. Partilho o vosso olhar sobre os encantos de Sintra, e confesso o meu grande carinho relativamente ao eléctrico. Uma coisa é, porém, o eléctrico em si, a sua história, e o particular lugar que ocupa no nosso imaginário afecto à região, outra, infelizmente muito diferente, é o eléctrico na versão reabilitação operada nos últimos anos.
Sob este ponto de vista, vou usar três singelas expressões, que resumem e traduzem a triste realidade: buraco financeiro, insucesso económico, miragem turística.
No que respeita à primeira expressão, os muitos milhões de euros afectos à reconstrução da linha e operacionalidade do eléctrico, não encontram suporte nos critérios que devem presidir á boa gestão na aplicação de fundos, tenham estes a origem que tiverem, ou sejam quais forem as boas intenções subjacentes ao investimento. Não só o investimento inicial conteve erros e foi insensato, como também os permanentes e sucessivos investimentos posteriores vieram agravar o resultado. Qualquer abordagem racional que se faça dessa matéria, conduzirá certamente a conclusões absurdas, seja em termos absolutos, seja pela ponderação de parâmetros de valor acrescentado, ou de controlo de gestão. Seria interessante ver divulgado, por exemplo, o custo auditado, de passageiro transportado, ou km percorrido. Numa região tão carenciada, e não será preciso ir mais longe do que a própria Vila, não é de admitir a desgastante afectação de recursos financeiros ao eléctrico, sabendo-se, ou devendo-se saber pelo menos, que os recursos financeiros são por natureza escassos, e que independentemente da sua origem, têm sempre um custo.
Do ponto de vista económico, o desastre afigura-se total. A quantidade de passageiros transportados, ou o número de horas de efectiva operacionalidade do eléctrico, notoriamente significam uma conta de exploração altamente deficitária, cujo saldo negativo só poderá ser eliminado por novas aplicações de recursos financeiros, os mesmos que são escassos, e que têm um custo. Anteciparei que a desculpa óbvia e vulgar para estas distorções consiste em apelidar estas conclusões de economicistas, e insensíveis a valores culturais, cuja bitola de aferição não é o vil metal. Mas é também óbvio que justificações deste calibre reconhecem implicitamente os erros que se pretendem justificar, e nelas só acredita quem, por qualquer razão, nas mesmas encontra algum conforto. Nenhuns investimentos, nem mesmo os de carácter predominantemente cultural, devem pactuar com práticas de desperdício.
O pressuposto do ícone turístico do eléctrico contém qualquer coisa de intrinsecamente delirante. Quantos turistas, estrangeiros ou portugueses, encontraram na existência do eléctrico, a grande motivação para fazerem a sua viagem com destino a Sintra? Na amostra que os meus conhecimentos traduzem, nenhum! Concedamos no entanto, e por hipótese, que esta amostra é deficientemente representativa, e que na realidade, alguns turistas responderam afirmativamente ao apelo do eléctrico, e vieram propositadamente ao seu encontro. Cabe então perguntar: esteve o eléctrico à altura de lhes proporcionar a devida recompensa? Adivinha-se a resposta, tendo em conta que aquele está mais tempo parado do que a circular, e que a paisagem que o enquadra está em muitos pontos degradada, ou cheia de lixo, ou invadida pela pressão urbanística.
A imagem deprimente da linha do eléctrico, como que abandonada, ou salpicada aqui e ali de pacientes manutenções, e custosas correcções, é intolerável para quem, e parecem ser muitos, tem verdadeira e sensata estima pelo eléctrico.
A tristeza decorrente da passagem do eléctrico, de vez em quando, com meia dúzia de passageiros daqueles que o procuram deliberadamente, e não dos outros que lá são metidos, é confrangedora para quem reconhece ao eléctrico um lugar que não lhe está ser proporcionado.
A versão actual de reabilitação do eléctrico constitui uma ofensa à verdadeira memória histórica do mesmo, e aquilo que deveríamos recordar como tendo sido o papel social por ele desempenhado.
Uma diferente e nova abordagem da reconstrução do eléctrico, no meu entender muito mais saudável do ponto de vista integrado das vertentes financeira, económica e cultural, pressupõe uma esclarecida compreensão da forma da sua interacção com a sociedade dos nossos dias.
Este comentário já vai longo, por isso deixo essa minha possível intervenção virada para o futuro, para uma próxima ocasião, se para a mesma surgir oportunidade no vosso blog.
Continuem, os vossos conteúdos são muito interessantes, e o estilo, conforme já dei a entender, muito sedutor."

Nelson Santos

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MARCHA CONTRA A FOME

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Realiza-se no próximo dia 6 de Junho a Marcha Contra a Fome - um projecto do Programa Alimentar Contra a Fome.
É uma iniciativa que foi instituída há 8 anos e se estende por todo mundo. Simboliza uma união global na luta contra a fome. Dá que pensar: por apenas 5€, valor da inscrição, está a contribuir para 25 refeições.

Fica aqui um convite aos nossos leitores para se juntarem a esta iniciativa.


A Campanha do Milénio das Nações Unidas tem como objectivo erradicar a fome e a pobreza extrema no mundo até 2015.




Está também aberto pelas Nações Unidas um concurso de anúncios contra a pobreza e a fome. Com o lema "Unleash Your Creativity Against Poverty” e o patrocínio da Presidência espanhola da União Europeia, será atribuido em Setembro um prémio de 5.000€ ao melhor anúncio.
Toda a informação do concurso pode ser encontrada aqui.

A marcha contra a fome realiza-se num domingo. Sózinho ou em família, é uma boa forma de iniciar o dia. E se não puderem ir, inscrevam-se à mesma. Contribuindo, participam!

Numa nota final, e porque há uns dias o Chá de Sintra falou de vegetarianismo, fica a referência ao artigo do Público, dedicado ao IX Congresso de Nutrição e Alimentação da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, que se realiza hoje em Lisboa. Em declarações prestadas àquele jornal, destaca-se a frase do professor e coordenador do Programa Gulbenkian Ambiente, Viriato Soromenho-Marques
"Precisamos todos de ser um bocadinho mais vegetarianos".











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Viva o bom gosto!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Frequento a Gulbenkian há muitos, muitos anos e nunca tinha visto a plateia inteira em pé a aplaudir.
Aconteceu no dia 17 de Abril, no concerto comentado dirigido às famílias (maiores de 6) e intitulado «A tentação do jazz».
Com a orquestra Gulbenkian tocou Mário Laginha e um grupo de músicos do Hot Club de Portugal.
O concerto consistiu em três peças. A primeira, de Gunther Schuller (de quem nunca tinha ouvido falar), consistia numa história de um miúdo (o Eddie) que, trompetista desde pequeno, aprendeu com alguns percalços o que era o jazz. A história foi contada por Alexandre Delgado (o comentador de serviço) e tocada com alegria pela orquestra e pelos músicos de jazz (trompete, saxofone, contrabaixo e bateria).
Muito divertida e cativante. Não houve miúdo (e a plateia estava recheada deles) que tirasse os olhos e os ouvidos do palco.
Seguiu-se a conhecidíssima peça de George Gershwin, Rhapsody in Blue, divinalmente tocada por Mário Laginha e pela Orquestra Gulbenkian.

Mário Laginha
Orquestra Gulbenkian

A terminar um arranjo orquestral de várias peças de Duke Ellington, o rei do jazz nova-iorquino.

Um concerto alegre, festejando a música, tirando dela uma felicidade quase impossível.

Uma palavra especial ao comentador, o compositor Alexandre Delgado, que alia conhecimento a uma contagiante simpatia e verdadeiro entusiasmo pelas peças que apresenta. Sempre são descritas com os mais calorosos adjectivos: «uma melodia espantosa», «um arranjo fenomenal», «um compositor fabuloso». Verdadeiramente contagiante.

Como disse, a plateia aplaudiu de pé. Miúdos e graúdos, meninos e meninas, avós e netos, pais e filhos tudo se juntou num agradecimento sincero à beleza que foi ali connosco partilhada.

O concerto insere-se no Programa Descobrir da Gulbenkian, um conjunto de actividades sobre a arte, a música, a natureza, a história. Com enfoque nos mais pequenos, mas não só.


É um programa fantástico, com uma qualidade estética que sempre me emociona. Os concertos são todos eles excelentes, os músicos de primeira qualidade. Uma óptima introdução (para todos) à música erudita . É certo que, por vezes, os miúdos refilam (os meus pelo menos - que ingratos!), mas, na verdade, vão se habituando às diferentes sonoridades e apreciando a qualidade e o bom gosto. E muitas vezes me perguntam quando é o próximo.

Lastimo apenas que haja poucos concertos e que seja difícil comprar os bilhetes. Logo no início da temporada (Setembro-Outubro) é preciso correr antes que esgotem.
Uma boa notícia é o preço - apenas 6€ por pessoa, uma verdadeira bagatela que a Gulbenkian nos proporciona.
O próximo - e último - concerto deste ano é a 22 de Maio, com peças de Joly Braga Santos e Robert Schuman. Com o maestro titular da Orquestra Gulbenkian (Lawrence Foster) e outro grande pianista português, Artur Pizarro.
Espreitem a bilheteira da Gulbenkian - pode ser que ainda tenham sorte!

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Almaçã: o vegetarianismo em Sintra

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Vegetarianismo é um regime alimentar que exclui da dieta, todo o tipo de carne, peixe, frutos do mar,  bem como alimentos derivados. É baseado fundamentalmente no consumo de alimentos de origem vegetal, com ou sem o consumo de lacticínios e/ou ovos. Os vegetarianos alimentam-se de grãos, sementes, vegetais, cereais e fruta.
Em Portugal, existem cerca de 30.000 pessoas vegetarianas. Este número tem aumentado essencialmente por questões de ordem ética, ambiental, espiritual, económica e de saúde.
O vegetarianismo traz benefícios para a saúde. Diminui os factores de risco de doenças cardiovasculares. Cuida e respeita o ambiente, preservando os recursos do nosso planeta.


Quando lemos alguns artigos sobre a evolução do vegetarianismo, desde os tempos da pré-história até à actualidade, verificamos que este tipo de alimentação sempre existiu e que, de acordo com o Centro Vegetariano , “o consumo da carne foi sempre problemático. Imagem do luxo, da gula, da festa, do privilégio social.”
Pitágoras e Platão corroboraram este pensamento e afirmaram que o abate dos animais contribuía para o embrutecimento da alma das pessoas.
São Francisco de Assis foi, também ele, vegetariano e expressou o seu amor ao mundo, no Cântico do Irmão Sol. Destacamos o louvor aos frutos, flores e ervas:
(…) Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã água, que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.
Louvado sejas, Senhor meu, pelo irmão fogo, por cujo meio a noite alumias, ele que é formoso e alegre e robusto e forte.
Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã, nossa mãe, a terra, que nos sustenta e nos governa, e dá tantos frutos e coloridas flores, e também as ervas. (…)

Vale a pena mencionar também o Movimento Hare Krishna, uma associação religiosa, filosófica e cultural derivada do Hinduísmo vaishnava, que tem um programa denominado "Food for Life" (Alimentos para a Vida).

Este programa foi pensado e desenvolvido por Srila Prabhupada, em Mayapur no ano de 1972, depois de ter visto crianças lutando com cães por comida. Actualmente é considerado o maior serviço de auxílio alimentar vegetariano do mundo, tendo distribuído gratuitamente comida lacto-vegetariana entre as populações que vivem abaixo do limiar de pobreza. Em Portugal, distribuiu alimentos desde 1995 nas cidades de Lisboa e do Porto, uma vez por semana.

Mas para quem aprecia e confeciona a comida vegetaria não é fácil encontrar os locais certos com os produtos essenciais. Um inquérito realizado pelo Centro de Vegetarianismo concluiu que cerca de 52% dos vegetarianos considera insuficiente a oferta destes produtos em supermercados.
No entanto, os restaurantes vegetarianos têm crescido. Encontrámos em Sintra, mais concretamente em Chão de Meninos, um restaurante vegetariano, acolhedor e soberbo, o Almaçã.


Este restaurante não tem ementa fixa. Propõe pratos variados, confeccionados com qualidade, apostando na agricultura biológica e/ou local. Oferece sopa, dois pratos e duas sobremesas à escolha. Quanto às bebidas, não há refrigerantes, apenas Coca-Cola biológica. Pode-se beber sumos naturais, feitos de fruta fresca, ou sumos engarrafados sem açúcar e biológicos. Há ainda cervejas biológicas e muitos chás, quentes e com sabores exóticos.


O ambiente é confortável, tranquilo e tem uma fonte de água que nos transmite alguma serenidade. No exterior, há uma esplanada pequena mas simpática.


Este restaurante concilia o “prazer de comer” com a arte, promovendo exposições de pintura e a venda de peças de bijutaria artesanal.



O Almaçã organiza jantares para grupos, jantares temáticos e tem um serviço de Take Away.




Algumas curiosidades:
1. No dia 1 de Outubro, festeja-se o Dia do Vegetarianismo.
2. O símbolo V é o símbolo do vegetarianismo, criado em 1985 pelo artista italiano Prof. Bruno Nascimben.



3. Alguns Vegetarianos Famosos:
Alanis Morissete, cantora canadiana
Anne Hathaway, atris de "O Diabo Veste Prada"
Anthony Hopkins, ator americano
Anthony Kiedis, vocalista do Red Hot Chili Peppers
Avril Lavigne, cantora
Brad Pitt, ator americano
Brigitte Bardot, atriz francesa
Chris Martin, vocalista do Coldplay
Dustin Hoffman, ator americano
Kelly Osbourne, cantora e filha do roqueiro Ozzy Osbourne
Kim Basinger, atriz americana
Liv Tyler, atriz
Michael Jackson, cantor americano
Natalie Portman, atriz americana
Pamela Anderson, atriz e ativista do Peta
Paul McCartney, cantor dos Beatles
Penelope Cruz, atriz espanhola
Richard Gere, ator americano
Ricky Martin, cantor porto-riquenho



Almaçã
Travessa do Alto da Bonita 5B, Chão de Meninos, 2710-188 Sintra
Tel: 219242569 , geral@almaca.pt , www.almaca.pt
Aberto: Seg-Sáb 9.00-15.00


Sites de Referencia
http://www.centrovegetariano.org/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegetarianismo
http://www.vidavegetariana.com.br/
http://www.iskcon.pt/
http://cozinhadascores.blogspot.com/
http://cantinhovegetariano.blogspot.com/

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O que andamos a ler...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Há hábitos que nunca perdemos e que, quase sem darmos por isso, transmitimos aos nossos filhos. Há uns dias, assustei-me quando percebi que o meu filho estava a ler quatro livros ao mesmo tempo... Não seria demais? O resultado será positivo? As interrogações que me invadiram, dissiparam-se com a resposta: "Mãe, não te preocupes, saio a ti".
Na verdade, nunca consigo ler um só livro de cada vez, mesmo quando me determino a isso... Pensando bem, até não acho que se trate de um mau hábito e, no caso dos mais pequenos, por vezes, resulta em grande diversão...
Estas são as últimas leituras que fazemos a meias cá por casa,


A bruáa é uma editora de que sou fã. Díficilmente resisto a comprar os seus livros, que sempre vou dizendo ao meu filho serem pequeninas "relíquias". É o caso das recentes "Lágrimas de Crocodilo", chegadas por avião...





Uma deliciosa e divertida forma de explicar às crianças o que são lágrimas de crocodilo... mas devo dizer que, por aqui, o que mais agradou foi saber que se pode ir de crocodilo para a escola! Ah, se a moda pega...



Outro dos livros que andamos a ler é "A Grande Viagem". O livro foi premiado com o prémio Isaac Díaz Pardo para o Livro Ilustrado 2009.  Ao abri-lo, percebemos porquê...






A escrita não fica atrás da ilustração. Esta é a história de uma viagem de barco, em que se percorre o mundo de lés a lés, sem nunca se sair do quarto! A Grande Viagem é também um Grande Livro para os meninos lerem...



Este é um livro de João Paulo Cotrim e Maria Keill, que nos fala da vida de uma árvore que vive no fundo do quintal... mas que poderia viver em qualquer outro sítio e ser uma imensidão de outras coisas...



"Sou uma árvore. Tenho raízes no coração da terra e ramos que fazem cócegas nas nuvens. Mas isso é o que fazem todas as árvores." Assim começa esta bonita história.



Para quem conhece o anterior livro de Oliver Jeffers, "O Incrível Rapaz que Comia Livros", este livro não surpreende... Curiosamente, Letra Pequena publicou-o ontem em audiolivro. Vale a pena espreitar, mas não deixem de comprar por isso...

Finalmente, o outro livro que se lê cá por casa,





Sou uma defensora fervorosa da leitura conjunta entre pais e filhos e acho sempre que há livros que nem uns nem outros deveriam deixar por ler! "O Sol e o Menino dos Pés Frios", da Matilde Rosa Araújo, é seguramente um deles. Pelo muito que enriquece pequenos e grandes!



Não é um livro fácil de encontrar. Encomendem-no e... boas leituras!










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Festival de Música de Sintra 2010 - onde está o programa?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Entre os dias 28 de Maio e 4 de Julho realiza-se a 45ª Edição do Festival de Música de Sintra.
O Festival de Música de Sintra teve a sua primeira edição em 1957, tendo-se mantido como uma referência de bom gosto e originalidade na divulgação da música erudita em Portugal.

Conciliar a música de qualidade com os mais belos cenários de Portugal é realmente uma ideia brilhante, o bom gosto e a qualidade estética em uníssono.

A ideia terá sido da Marquesa do Cadaval, Olga Maria Nicolis di Robillant Álvares Pereira de Melo, ilustríssima figura da nossa vila.


No site da Câmara Municipal de Sintra, podemos encontrar esta informação sobre a importância da Marquesa no Festival: “Muito embora nunca tivesse assumido directamente a orientação artística do Festival de Sintra, a personalidade destacada da Marquesa de Cadaval, o seu espírito arrojado e os seus altos padrões de exigência artística pairaram sobre o Festival e inspiraram sempre os responsáveis pela sua organização.
Muitos artistas de craveira mundial foram trazidos ao nosso país por sua iniciativa pessoal, rasgando novos horizontes à cultura portuguesa – Mstislav Rostropovitch e Nikita Magaloff foram apenas dois exemplos entre tantos outros – e a sua figura tutelar manteve-se assim, durante décadas, como um apelo constante ao máximo empenho de todos na manutenção desse elevado padrão de exigência.”
A Marquesa morreu em 1996 e Sintra reconhecida deu o seu nome ao Centro Cultural, inaugurado em 2000.

Quando falo do Festival, ocorrem-me algumas memórias de miúda, imagens e sons que ficaram vivos após tantos anos. São recordações que revivo com a ajuda dos meus pais, que sempre me levavam consigo nestas deambulações culturais.

Lembro-me, por exemplo, de um concerto na Quinta de Piedade, propriedade da Marquesa. Julgo que era piano e orquestra, mas não recordo mais pormenores. Era adolescente, teria entre os 14 e15 anos. Embora tão longe, revivo perfeitamente a sensação de os passarinhos serem parte da orquestra.


Quinta da Piedade (vista de Galamares)

Eis a recordação do meu Pai: "O mais característico dos Concertos era o da Quinta da Piedade, da Marquesa do Cadaval – com a presença da própria Marquesa ainda bem viva (uma mecenas das artes que vivia habitualmente em Veneza!) e com a filha que, com a sua vontade férrea, comandava o acontecimento."

Lembro ainda um concerto de Chopin na Quinta do Vinagre, com dois pianos, um deles, tocado por Sequeira Costa. Foi um fim de tarde, estava aquele friozinho característico de Sintra. Era miúda, confesso que o tempo demorou a passar. No intervalo passeou-se no jardim, junto ao Rio das Maçãs, onde a água continuava a cantar. Era uma oportunidade para conhecermos por dentro a fabulosa Quinta do Vinagre,com aquele esplendor do requinte sóbrio entranhado na natureza e na ruralidade.


Quinta do Vinagre
(foto da Junta de Freguesia de Colares)

Inesquecíveis eram também os ballets em Seteais. Com o deslumbre do palácio como cenário, as peças românticas de Tchaikovsky ganhavam outro realismo.

Acessório absolutamente necessário era uma manta bem quentinha, sob pena de os pés e as mãos congelarem. Lembro-me de um ano em que os bailarinos tinham dificuldade em executar os passos por o palco estar húmido. Era notório que escorregavam. Mas era tão bonito...



Foto de Helena Afonso

Mais recentemente – o ano passado – assisti a um bailado (Maiorca) da companhia Paulo Ribeiro com os Prelúdios de Chopin tocados por Pedro Burmester. Foi uma estreia no Centro Cultural Olga Cadaval, um espectáculo visualmente muitíssimo interessante e que está em digressão nacional deste então.




A partir da edição de 2006, o Festival passou também a contar com a vertente Contrapontos, dirigida a um público diferente, contendo ofertas culturais diversificadas, a preços mais acessíveis.
Tudo isto nos deixa água na boca para a edição deste ano do Festival de Sintra. Como disse inicialmente, inicia-se a 28 de Maio e há um site a ele dedicado: http://www.festivaldesintra.pt/

Mas o site nada tem! Diz «programação a apresentar em breve» e limita-se a umas fotos que vão rodando.

O Chá de Sintra interroga-se sobre esta deficiente programação e divulgação de um marco cultural da Vila de Sintra.
Note-se bem: a 20 dias do início do Festival, o programa é desconhecido. Como é que se justifica esta ausência?
O ano passado foi notória, em alguns espectáculos, a falta de público. Mas, assim, é natural...

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"O Meu Passeio dos Cães"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Viver em Sintra, conhecer-lhe cheiros e cores, senti-la desvendando permanentemente as suas belas e inúmeras singularidades, transporta-nos a toda a hora para o mundo do único, do irrepetível! Há cerca de quinze anos que aqui vivo, mas quando me levanto de manhã e olho a serra que se estende à minha frente, ainda me invade o mesmo deslumbramento... Todos os dias ela me oferece algo de diferente. Às vezes até brinco, e chamo-lhe serra vaidosa, pois sempre veste algo de novo, nunca repetindo os tons do dia anterior!



Poder começar o dia com uma caminhada por trilhos lindos, como os que percorro diáriamente, é uma dádiva que nos torna pessoas mais felizes, mais satisfeitas com a vida...




Sempre com a companhia dos meus dois cães, muitas vezes das amigas e algumas do marido, com ou sem crianças, lá vou por caminhos verdes, pintalgados de manchas de diversas cores, oferecidas por flores que espontânea e abundantemente se multiplicam.





São vários os percursos por onde gosto de deambular, mas "o passeio dos cães", assim batizado por serem muitos os que por lá habitam, é sem dúvida um dos meus preferidos. Talvez por ter sido o primeiro...



A serra está sempre presente, ladeando-me com as suas múltiplas tonalidades de verde, que se baralham e confundem com as dos campos em redor. Sintra tem tudo isto... e muito mais!




Ao longo do caminho, os pinheiros agrupam-se em matas densas e labirínticas que só os cães conseguem desvendar.




A meio do percurso, o som do riacho mistura-se com o chilrear dos pássaros e por vezes o zumbido das abelhas, relembrando aos cães a paragem para beber...





Aqui, a subida já custa, ainda mais agora que o calor começa a chegar. Mas mesmo quando falta o fôlego, ao olhar de novo a serra e tudo o resto, a sensação de liberdade empurra-nos de volta...




Eis-nos de regresso, agora já com a serra pela frente e a Pena a acenar-nos.




Ao longo dos anos, tenho-me perguntado como é possível que outros caminhantes não surjam... Em regra, não partilho o percurso com ninguém... Com efeito, tirando um jardineiro aqui, o homem da piscina acolá, não nos cruzamos com vivalma, o que faz aumentar em muito a sensação de que tudo isto é... só meu! Confesso! Esta é a altura em que gosto verdadeiramente de me sentir dona de alguma coisa... dona dos pinheiros cujo cheiro me inunda e se hospeda em mim para o resto do dia, das ervas e plantas que me observam a passar, de pedras que toco ou não, das árvores de que me tornei íntima...





Pessoas, pessoas, à excepção de um caminhante misterioso que de quando em vez teima em cruzar-se, mas em sentido contrário, não há...
Barulho, só mesmo o ladrar dos cães, que emprestam o nome ao caminho... e que continuam sem perceber porque estando eles presos, insisto eu em passear com os meus por ali...




Sintra ainda é assim...

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