Era uma vez...
sábado, 28 de dezembro de 2013
A casa era invadida por um sem número de cheiros que se misturavam produzindo uma fragrância doce e quente que permanecia no ar. Ao fim de algum tempo, tornava-se tão familiar que parecia fazer parte da nossa intimidade desde sempre.
Às filhoses cabia a honra de inaugurar os preparativos que se estendiam por vários dias. A luta era acesa. À medida que a doçaria ficava pronta, todos queríamos provar. Por esses dias, a imaginação de mãe servia apenas para encontrar esconderijos à altura dos ladrõezecos que não davam tréguas!
A casa vestia-se a rigor. O verde e o encarnado eram os reis da festa e a eles juntavam-se as cores quentes do lume que desde cedo nos acalorava.
Chegava, finalmente, a mais esperada das noites, aquela em que tudo fazíamos para não dormir. Espreitávamos a chaminé vezes sem conta enquanto lhe confiávamos as meias, os sapatos, as botas, os chinelos... não fosse esquecer-se de algum de nós!
Engordávamos de esperança, achando a cada ano que desta é que era! Planeávamos os turnos de forma a que quando ele caísse na nossa chaminé gigante, estivessemos à sua espera para lhe sacudir a fuligem das barbas brancas.
De manhã, bem cedinho, quando abríamos os olhos, o único branco que enxergávamos era o dos lençóis. A correria era tal que nos atropelávamos uns aos outros, chegando quase sempre em bando.
Nem sempre encontrávamos o que havíamos desejado, o que, com a nossa melhor caligrafia, tínhamos enumerado na carta. Mas nem por isso os sonhos nos abandonavam. O homem das barbas brancas, de rosto bonacheirão, vivia lá longe, no Pólo Norte, e muitas vezes as cartas chegavam já depois de ele ter iniciado viagem. A culpa era, portanto, do correio! A voz pacificadora da mãe lembrava-nos então que no ano seguinte a tarefa estaria facilitada. E nós sabíamos que ele reunia a memória de todos os elefantes do mundo!
Os cheiros guardaram-se para sempre em mim e começam a rodopiar à minha volta sempre que a época se avizinha. A lareira começa cedo a fumegar, os cestos enchem-se de flores e as coisas pequenas e simples que a vida nos empresta vêm para aqui morar.
Na cozinha, os rituais repetem-se. Dividimos a criatividade entre os doces e os embrulhos, pouco importando o que lá está dentro. Embrulhámos gramas de amor!
A memória é o somatório dos pequenos grandes momentos que vivemos. Quando a transmitimos, torna-se universal no que tem de mais fugaz. É o nosso era uma vez…
Bom 2014!
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Boas Festas.
Reino do Natal em Sintra
sábado, 21 de dezembro de 2013
Haverá sítio que combine melhor com fadas e duendes do que Sintra?
Nos jardins da Biblioteca-Casa Mantero, o Reino do Natal parece ter uma magia diferente...
Em casa do Pai Natal...
Aproveitem o fim-de-semana e passem por lá com as crianças! A entrada faz-se mediante a entrega de bens alimentares. Pode ser só um, mas contribuam! Afinal, é esse o espírito do natal.
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Sintra,
Visitas em família.
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