Hugo Cabret

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Hoje fomos ao cinema. Fomos ver Hugo. Há muito tempo que um filme não reunia tanto consenso cá por casa. Deleitámo-nos. Neste preciso momento, vejo os Óscares e  A Invenção de Hugo Cabret conta já com três. Confesso que estou a torcer. Aliás, estamos todos, mesmo os que dormem mandataram-me para torcer em nome deles. O nosso favorito é... Hugo, pois claro.


Para isto, muito contribuiu  a  experiência fabulosa que fiz com o meu filho. Decidimos ler o livro antes de ver  o filme. E foi incrível porque  A Invenção de Hugo Cabret  é um daqueles livros que sei que ele não vai esquecer nunca.. É simplesmente fabuloso. Aí vão quatro...óscares, claro.


Devorámo-lo. Havia Hugo pela casa toda. Todos os bocadinhos livres eram aproveitados para avançar mais umas quantas páginas.


Queríamos urgentemente ver o filme. À medida que o fim do livro se aproximava, maior era a curiosidade em saber como teria Scorsese adaptado esta fantástica obra ao cinema.


O livro é genial. A preto e branco, a história vai sendo contada por palavras e imagens. Absolutamente fabulosas, estas conferem-nos uma dimensão única de toda a envolvência da história, passada numa estação de comboios em Paris. E já soma cinco...



Era grande a expectativa do rapaz. Afinal foi o primeiro "grande" livro da sua vida, 543 páginas. E saiu do cinema absolutamente maravilhado, como se durante duas horas estivesse estado num outro mundo.  No mundo de Hugo Cabret. Porque é isso que fazemos, uma extraordinária viagem em que ficamos a conhecer todos os recônditos recantos daquela estação. E em que nos sentimos a participar da homenagem a  um dos principais pioneiros do cinema, Georges Méliès.

Martin Scorsese é brilhante e o resultado final da sua adaptação ao cinema do livro de Selznick é perfeita. Imperdível. Vejam o filme, mas não deixem de ler o livro. É uma excelente oportunidade para as crianças se apaixonarem pela leitura.
São quatro horas da manhã e a alvorada é às sete... Vou-me deitar. Scorsese não ganhou o óscar mas nós ganhámos um grande filme!

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De passagem

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Há os que vêm e voltam sempre. Os que ficam. Os que são de cá. Os que nos visitam ao fim-de-semana, que ao domingo engrossam as filas da Piriquita para os eternos travesseiros e que olham com deslumbre esta Sintra, património de todos nós. E depois, há os outros, os que estarão sempre de passagem.


Deles ouvimos muitas vezes que Sintra é única. Concordo. Património da humanidade, Sintra não encontra par no que respeita à paupérrima oferta cultural. Dito de outra forma, é singular a escandalosa ausência de uma programação, pincelada  aqui e ali por alguma gente bem intencionada que vai tentando fazer os milagres acontecer.


É única porque, orgulhosamente bela, da altivez da sua Pena, conserva pacientemente a dignidade, como se a indiferença fosse a única resposta para quem deveria cuidar dela e o não faz. Sintra resiste, porque tem mais encantos… Mais do que a percentagem de cabotinismo, inércia e negligência de todos aqueles que, até hoje, tiveram a vaidade de pensar, e por aí se quedaram, estar à altura de cuidar de um património pertença de todos nós.


Sintra é conhecida pelas paixões que sempre despoletou em escritores e poetas  que a eternizaram. Mas em Sintra não há livrarias. Comprar ou ler, só mesmo nos arredores. Sintra tem uma biblioteca municipal num espaço físico de excelência, mas a sua actividade, contrariamente à das bibliotecas dos concelhos vizinhos,  assemelha-se à de um moribundo em agonia. A sala de conto, onde as crianças podiam ir ao fim-de-semana, faleceu. Certamente, algumas cabeças pensantes consideraram "não  justificar" pagar às duas animadoras que ali faziam um trabalho de excelência.  

Com o à vontade próprio das cabeças pensantes, corremos o risco de, daqui a alguns anos, aparecerem por cá, de passagem, pararem na Piriquita para matar saudades do travesseiro e contemplarem, felizes, a obra que deixaram. Porque o risco é real, louvamos iniciativas como a do poeta Filipe de Fiúza, que aqui partilhamos.


A nós, os que somos de cá, resta-nos a opção de continuarmos cidadãos conscientes do pouco que temos e do muito que nos faz falta.

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Bolas de Sabão

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Há muito tempo atrás, tive um amigo que dizia que a vida é como uma bola de sabão. 
Começa pequena. 


Vai crescendo,


crescendo...



Ziguezaguiando,




até que um dia rebenta.


Hoje, ao rever estas fotografias, lembrei-o e ao muito que com ele aprendi! Gostava que também ele ainda ziguezaguiasse por aí... Sinto a sua falta.






 

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O Reinado do Frio

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



Foi com estas imagens que o Chá de Sintra nasceu em Fevereiro de 2010.
A propósito, escrevemos: e porque estamos numa altura em que o sol teima em não se mostrar, o vento parece estar zangado e a chuva não quer ir embora, relembramos Sintra vestida de branco, quando a neve nos visitou em janeiro de 2006!
 


Dois anos volvidos, o sol  tornou-se companheiro  de todos os dias e a chuva parece estar ausente em parte incerta, teimando em não descer. Assistimos ao reinado do frio.



 
As crianças planeiam brincadeiras, imaginando-se a construir bonecos de neve num qualquer dia destes. E eu releio A Chuva Pasmada de Mia Couto, dando comigo a dizer em voz alta:

Ante o frio,
faz com o coração
o contrário do que fazes com o corpo:
despe-o.
Quanto mais nu,
mais ele encontrará
o único agasalho possível
- um outro coração.

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