Visitas Inesperadas

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Outubro foi o mês das grandes decisões aqui no Chá. Coincidência ou não, todas nós iniciamos novos projectos. Resultado, o trabalho vai começar a apertar e o tempo já está a escassear...

Mas não me queixo. Por enquanto, ainda vai dando para usufruir este sol magnífico que empresta a Sintra cores pouco habituais num Outono já avançado. Desta vez, tenho certeza que por aqui também houve negociações e foi o Verão quem ficou com o nevoeiro. Trocaram. Bem vistas as coisas, estando o sol isento de impostos, bem precisamos dele nesta altura.


Eu preciso e agradeço! O sol invade-me a casa logo pela manhã e o jardim persiste num braço de ferro com o Outono, mantendo-se cheio de cor e perfumado.




Os pássaros passeiam-se em grupos, parecendo convocar reuniões permanentes e chilreiam de manhã à noite, oferecendo-me todos os dias uma sinfonia diferenciada. Mas também os há solitários.



E como se não bastasse, de vez em quando recebo algumas visitas surpresa, que acabam por se revelar extremamente simpáticas e amáveis. Foi o que aconteceu há uns dias atrás, enquanto estava lá fora a saborear o café e o sol. De repente, senti que não estava sózinha e quando olhei para o lado, vi esta elegante criatura.



Tive, desde logo, uma enorme vontade de meter conversa, mas receei que fosse tímida, que se  assustasse e fosse embora tão subtilmente como tinha chegado.
Aos poucos, fui percebendo que estava enganada. Puxei conversa com um simples olá. Ela olhou-me, um pouco de soslaio, é certo, mas cumprimentou-me, fazendo uma vénia com a cabeça.
 Comentei que tinha um ar tranquilo, até mesmo feliz, e ela voltou a assentir.



Inevitavelmente, a conversa acabou por se centrar no que rapidamente descobrimos ser uma paixão comum, Sintra.
Apressei-me a concluir que o ar  seguro e altivo que apresentava, lhe advinha, não de qualquer convencimento pessoal, mas do  sentimento de gratidão que partilhamos por viver neste pedacito de paraíso.

Antes, tinha-lhe pedido se me deixava fotografá-la. Assim, caso não voltássemos a encontrar-nos, poderia sempre lembrá-la. Disse-me que sim, de imediato. E foi com grande e airosa naturalidade que se desdobrou em várias poses, enquanto eu disparava a máquina.

Percebi que estava na hora de partir e despedimo-nos. 

 Esteve pouco tempo em minha casa, mas aprendi imenso com ela. É que, quando partiu, decidi-me a saber mais sobre a minha nova amiga e a sua família. Nunca até agora, tinha percebido a origem do nome da família louva-a-deus.Fiquei a saber que o mesmo se deve ao facto de, quando estão pousadas , estas criaturas colocarem as patas como se estivessem a rezar. Fiquei também a saber que, salvo algumas excepções, as fêmeas matam os machos. Ou melhor, comem os machos, começando pela cabeça, para alimentarem as crias. O processo é cruel, pois o exemplar masculino não morre de imediato, fazendo jus à conhecida expressão “perder a cabeça”. Aprendi ainda, que têm uma vida muito curta, não ultrapassando os onze, doze meses. Não voltaremos a ver-nos portanto, mas gostei dela e espero que os descendentes me continuem a visitar.

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Fomos ao Museu do Brinquedo

domingo, 24 de outubro de 2010

Ontem fomos ao Museu do Brinquedo e gostámos muito do que por lá vimos.


Fomos espreitar a Rota do Centenário da República, uma actividade destinada a crianças e jovens, mas que encanta igualmente adultos. Foi, pelo menos, o que aconteceu com as três mães que acompanharam seis crianças numa "excitante" descoberta de brinquedos, dos seus nomes e características.


                                      

Os meninos sobem os três pisos do museu, munidos de um mapa onde estão identificados os brinquedos que deverão localizar nas vitrinas que tiverem o símbolo da bandeira nacional. Depois de os encontrar, devem descobrir o nome e escrevê-lo nas palavras cruzadas que constam desse mapa. A Rota começa com um brinquedo do último rei de Portugal, D. Manuel II.

                                                                                                 
     
A algazarra típica do momento de cada descoberta, a satisfação de resolver o enigma das palavras cruzadas e a vontade de concluir esta "caça ao tesouro" emprestam a este espaço a verdadeira animação que ele sempre deveria ter, tornando-o bem mais apelativo para as crianças.
Este é um exemplo conseguido das muitas iniciativas que ali podem ser levadas a cabo. Ficamos à espera de mais, uma vez que o local e o público a que se destinam bem as merecem.




Nunca perdendo de vista o objectivo da visita, as crianças não deixaram de admirar as centenas de brinquedos que ali estão expostas. Fizeram-no ao longo do percurso da descoberta e também no fim, já bem mais calmas e observadoras das relíquias com que brincaram avós e até pais...


As meninas, já se sabe, manifestaram a sua preferência  pelas lindas bonecas, 

 

ficando presas ao vidro, na hora de olhar estas charmosas cozinhas, onde os pormenores são dignos de qualquer decorador de interiores mais afamado...





A atenção dos rapazes é cativada por diferentes objectos, que vão dos carros aos aviões,




Mas nenhum deles, menino ou menina, ficou indiferente a este cenário de guerra que por lá encontrámos.



 
Outro momento do agrado geral foi o dos brinquedos de praia...


que seduziram tanto os filhos como as mães! Que ficaram rendidas a uma forma inteligente de pôr as crianças a gostar de ver todos aqueles brinquedos. Os mesmos, que em regra, lhes acarretam algum tédio pelo facto de permanecerem atrás de vidros e lhes serem totalmente inacessíveis.


"Para melhor perceberes como se brincava na época da implantação da república, vem à descoberta dos brinquedos". Até 31 de Dezembro.
  

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Mariana Rey Monteiro

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Hoje todos os amantes do teatro estão tristes. Só podem estar. Morreu Mariana Rey Monteiro.
Os jornais, as televisões, a imprensa em geral, e sem excepção, noticiaram a sua morte e falaram da sua vida. Estranhamente, e como é hábito entre nós, não o fizeram nos últimos anos de vida da actriz.

Para o grande público em geral, Mariana Rey Monteiro ficará na memória, sobretudo, pela  sua participação nas telenovelas. E permanecerá também como figura indissociável da mãe, a actriz Amélia Rey Colaço. Mas para quem viu Mariana Rey Monteiro subir aos palcos, sabe que morreu hoje um dos grandes vultos do nosso teatro.

Aqui fica expressa a nossa admiração por alguém, cujo percurso de vida, foi acima de tudo, uma lição de dignidade.

Hoje, a” nossa Mariana”, sua neta querida, interroga-se se os jornalistas não conhecem outra causa de morte, a partir dos oitenta anos, que não a velhice?  Para eles não sabemos, amiga, mas para nós, Mariana Rey Monteiro nunca será velha!

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Um passeio pela Tapada de D. Fernando II (Capuchos)

sábado, 16 de outubro de 2010

No último domingo, com o sol a espreitar, resolvemos dar um passeiozito pela serra.
Decidimos ir para o topo, iniciando a volta pelos Capuchos.
Como se aproximava já a hora do almoço (como é difícil sair de casa cedo com os miúdos!), o percurso teria de ser pequeno.
Lá fomos então até ao parque de estacionamento dos Capuchos e entrámos pela estrada (é tão larga que se pode chamar estrada, embora de terra), à direita.


Notavam-se os sinais do temporal dos dias anteriores, com ramos caídos e regos nos caminhos. A terra ainda estava molhada, os miúdos divertiram-se nas poças. É engraçado como os miúdos, nestes passeios, arranjam sempre com que se entreter.


A serra é sempre fabulosa, qualquer que seja a luz, a temperatura, a estação do ano.



E o melhor é que parece sempre só nossa, pois os caminhos estão invariavelmente desertos. Apenas nos cruzámos com um pequeno grupo de ciclistas. Se prestarem atenção podem vê-los lá ao fundo nesta foto.


Não percebo por que razão os caminhos da serra não estão sinalizados. Será de propósito ou apenas falta de interesse? Parece-me que se houvesse percursos sinalizados, as pessoas andariam mais por aqui.

Para terminar, deixo uma sugestão musical perfeita para acompanhar esta paisagem tão romântica: o concerto para violino de Beethoven.




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O Tempo do Mundo

sábado, 9 de outubro de 2010

Que dia! Sintra esteve cinzenta, fria, triste, hospedando, resignada, um vento forte que teimava em tudo varrer. Como se possuisse uma vassoura gigante que nada queria deixar por limpar, assemelhando-se a um louco que tem pressa em agregar a sujidade em novelos que se esfumam no ar...



Vídeo produzido pelo meu filho.

O tempo é assim. Caprichoso, instável e até mesmo prepotente. Ontem, sempre que olhava pela janela, não conseguia deixar de pensar que no dia anterior tinha almoçado na praia. É verdade, como o sol brilhava, esgueirei-me num pulo até à Praia da Adraga.




Contrariando as minhas expectativas, a praia não estava vazia.



A temperatura estava amena, e a Adraga, linda como sempre. Estive por lá um bom bocado, observando estas magníficas criaturas.

E até descobri que já estão adaptadas ao ruído de outros seres com asas...




Talvez por ser Outubro, e ainda se me oferecer esta fantástica possiblidade de olhar o mar e sentir a areia, dei comigo a revisitar alguns dos pedaços do mundo onde estive este verão. Veio-me à cabeça Helsínquia, onde ontem a temperatura já rondava apenas os 8 graus. Percebi que era a  a miragem de duas praias que por lá vi, que me invadia.






A Finlândia tem dos melhores sistema de educação do mundo e um elevado nível de qualidade de vida. Mas não tem as nossas praias, nem o nosso sol…



Tenho amigos que afirmam peremptoriamente que seriam incapazes de lá viver. Também eu. Mas tenho sempre um pensamento que me atormenta. Será que eles vão conseguir mudar as praias e o sol  antes de nós alcançarmos um sistema de educação e um nível de vida aproximados?

No regresso, reencontrei-me com algumas das minhas paisagens...


e também com algumas tipicidades de Almoçageme, que me recordam um país de há muitos anos atrás.



São os contrastes do mundo, fazendo lembrar as oscilações do tempo...






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It's a Book

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Não resisto à tentação de partilhar com vocês. Ora vejam,




Foi no Jardim Assombrado que o descobri. Ao que parece, o livro chegará em 2011, pela mão da Editorial Presença. Ficamos à espera...

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