Happy 2014!

terça-feira, 31 de dezembro de 2013



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Era uma vez...

sábado, 28 de dezembro de 2013



A casa era invadida por um sem número de cheiros que se misturavam produzindo uma fragrância doce e quente que permanecia no ar. Ao fim de algum tempo, tornava-se tão familiar que parecia fazer parte da nossa intimidade desde sempre.



Às filhoses cabia a honra de inaugurar os preparativos que se estendiam por vários dias. A luta era acesa. À medida que a doçaria ficava pronta, todos queríamos provar. Por esses dias, a imaginação de mãe servia apenas para encontrar esconderijos à altura dos ladrõezecos que não davam tréguas!


As noites cresciam graças à azáfama na cozinha e ao silêncio cúmplice dos relógios. Era a desforra da pirralhada que ganhava a batalha à hora de ir para a cama. As  noites em que as histórias não precisavam ser contadas porque vividas intensamente. Era uma vez... 

A casa vestia-se a rigor. O verde e o encarnado eram os reis da festa e a eles juntavam-se  as cores quentes do lume que desde cedo nos acalorava.



Chegava, finalmente, a mais esperada das noites, aquela em que tudo fazíamos para não dormir. Espreitávamos a chaminé vezes sem conta enquanto lhe confiávamos as meias, os sapatos, as botas, os chinelos... não fosse esquecer-se de algum de nós!


Engordávamos de esperança, achando a cada ano que  desta é que era! Planeávamos os turnos de forma a que quando ele caísse na nossa chaminé gigante,  estivessemos  à sua espera para lhe sacudir a fuligem das barbas brancas. 

De manhã, bem cedinho, quando abríamos os olhos, o único branco que enxergávamos era o dos lençóis. A correria era tal que nos atropelávamos uns aos outros, chegando quase sempre em bando. 



Nem sempre encontrávamos o que havíamos desejado, o que, com a nossa melhor caligrafia, tínhamos enumerado na carta. Mas nem por isso os sonhos nos abandonavam. O homem das barbas brancas, de rosto bonacheirão, vivia lá longe, no Pólo Norte, e muitas vezes as cartas chegavam já depois de ele ter iniciado viagem. A culpa era, portanto, do correio! A voz pacificadora da mãe lembrava-nos então que no ano seguinte a tarefa estaria facilitada. E nós sabíamos que ele reunia a memória de todos os elefantes do mundo!


Os cheiros guardaram-se para sempre em mim e começam a rodopiar à minha volta sempre que a época se avizinha. A lareira começa cedo a fumegar, os cestos enchem-se de flores e as coisas pequenas e simples que a vida nos empresta vêm para aqui morar.

Na cozinha, os rituais repetem-se. Dividimos a criatividade entre os doces e os embrulhos, pouco importando o que lá está dentro. Embrulhámos gramas de amor!

A memória é o somatório dos pequenos grandes momentos que vivemos. Quando a transmitimos, torna-se universal no que tem de mais fugaz. É o nosso era uma vez…

Bom 2014!

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Reino do Natal em Sintra

sábado, 21 de dezembro de 2013



Haverá sítio que combine melhor com fadas e duendes do que Sintra?


Nos jardins da Biblioteca-Casa Mantero, o Reino  do Natal parece ter uma magia diferente...


Em casa do Pai Natal...


Aproveitem o fim-de-semana e passem por lá com as crianças! A entrada faz-se mediante a entrega de bens alimentares. Pode ser só um, mas contribuam! Afinal, é esse o espírito do natal.

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Nadir Afonso

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nadir Afonso (1920-2013)

Sintra. 1959


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Books and Lou Reed

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

À volta dos livros, na companhia de Lou Reed. A Perfect Day

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Em Frankfurt

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Frankfurt. 11 Outubro 2013. Destino: Feira do Livro. Lugar onde se perde a cabeça várias vezes, amiúde se volta atrás em busca dos olhos que ficaram  presos algures, se gasta tempo a recuperar os sentidos, perdidos vezes sem conta! São mais de 7000 expositores de livros! Podem ver tudo aqui, nos Hipopómatos.

Antes da Feira,  houve tempo para dar um pulo até ao Museu das Comunicações.

As imagens destes fabulosos bichos, criados por Jean-Luc Cornec, já tinham entrado várias
vezes cá em casa. Ninguém queria perder  a oportunidade de os ver ao vivo!

As criativas ovelhas são apenas o cartão de visita. Lá dentro, a viagem pela evolução dos diversos meios de comunicação arranca-nos  sucessivos "Oh, era assim!", "Ainda me lembro deste"...

Bem sei que o Chá não é assim tão velho, mas não resisti...




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Vindimando

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Os últimos dias têm sido animados pelo canto dos homens que fazem a vindima à minha porta. Velhos camaradas, os pássaros juntam-se a eles.

Associo-me à festa, agradecendo o dia em que troquei o ritmo alucinante da cidade pela paz da minha  rua. 


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Tea & Books

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Continuo à volta dos livros que vieram comigo nas últimas andanças pelo mundo. E continuo sem tempo de os organizar nos espaços que as estantes já não têm. Enquanto não lhes arranjo morada à altura, eu e o meu filho cuidamos de os devorar a todas as horas do dia. 


O prazer com que o fazemos invoca-me pedaços de outras leituras,  que me ajudaram a escolher os caminhos que percorro. Relembro, por exemplo, esse livro de pequenos prazeres que é Como Um RomancePennac quando diz : "Resta "compreender" que os livros não foram escritos para que o meu filho, a minha filha, a juventude, os comente, mas para que, se o coração assim decidir, sejam lidos."


Mesmo que isso continue a provocar o espanto de alguns.



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A Espuma Dos Dias

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Um doce sabor a algodão e um cheiro intenso a espuma de maresia... Foi assim que o dia hoje se despediu de mim.
Relembrando-me o quanto gosto de sentir e amar esta terra em que vivo, Sintra.
A noite chegou devagar, ainda envolta na beleza do dia findo.

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A Importância da Borracha

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ainda com uma parte de mim em Cabo Verde, a outra já percorre diariamente o caminho que leva o filho à escola. 
Setembro é o mês das rotinas. Regressamos ao trabalho, à escola, aos ponteiros do relógio! Abrem-se novos livros escolares, organiza-se material, reorganizam-se espaços... Ainda assim, o ritmo parece preguiçar sem grande vontade de se ajustar às cores outonais. 
Apressada, só mesmo a chuva que ontem apareceu por aqui, qual intrusa, usurpando os meus retiros e empurrando-me para dentro de casa. 

À tarde, tive a reunião de inicio de ano na escola do meu filho. Irrita-me a expressão "novo ano escolar"! Em rigor, devíamos chamar-lhe velho ou,  simplesmente, usado... 

Continuo a pensar nos meninos de Cabo Verde... enquanto reencontro velhos problemas e sou apresentada às "medidas de cariz inovador". Elencar os primeiros seria, no mínimo enfadonho. Alunos sem professores, professores sem alunos, professores transformados em burocratas graças à sobrecarga do trabalho que fazem pelos que ficam em casa sem nada para fazer... Na Educação (nomenclatura pouco do meu agrado), a forma continua a ser mais importante do que o conteúdo,  o acessório sobrepõe-se ao principal. Continuamos a ter projectos educativos que, pomposamente, apontam como meta o desenvolvimento das competências tecnológicas, sem nunca referirem  competências de leitura e escrita. Como se aquela fosse possível sem estas!
Artigo 14.o
Faltas e sua natureza
1 — A falta é a ausência do aluno a uma aula ou a outra atividade de frequência obrigatória ou facultativa caso tenha havido lugar a inscrição, a falta de pontualidade ou a comparência sem o material didático ou equipamento necessários, nos termos estabelecidos no presente Estatuto.
2 — Decorrendo as aulas em tempos consecutivos, há tantas faltas quantos os tempos de ausência do aluno. 3 — As faltas são registadas pelo professor titular de turma, pelo professor responsável pela aula ou atividade ou pelo diretor de turma em suportes administrativos ade-quados.4 — As faltas resultantes da aplicação da ordem de saída da sala de aula, ou de medidas disciplinares sancionatórias, consideram-se faltas injustificadas.5 — Sem prejuízo do disposto no n.o 4 do artigo ante- rior, o regulamento interno da escola define o processo de justificação das faltas de pontualidade do aluno e ou resultantes da sua comparência sem o material didático e ou outro equipamento indispensáveis, bem como os termos em que essas faltas, quando injustificadas, são equiparadas a faltas de presença, para os efeitos previstos no presente 
E o que há de novo, afinal? Horas de leitura? Escrita Criativa? Actividades que possam enriquecer as suas competências leitoras, que lhes fomentem hábitos leitores?
Nada disso. Estamos a esquecer-nos do fundamental...REGRAS!  Neste novo ano, 3 faltas de material transformam-se em faltas injustificadas e poderão vir a originar uns quantos dias de suspensão. E o professor até dispõe de um impresso próprio para anotar as ditas faltas! Podemos querer desenvolver-lhes as competências tecnológicas, mas continuamos a"pelar-nos por papelinhos!"
Pode parecer complicado, mas não é. Vejam as coisas desta forma, continuar a formar gerações sem hábitos leitores é um problema velho, a que já nos habituámos. Importante mesmo é certificarmo-nos se eles levam a borracha para apagar os erros que continuarão a escrever. 
Continuo a pensar nos meninos de lá... Em tudo o que não têm. E nos meninos de cá, em tudo o que nunca terão!

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