Jazz na Gulbenkian

segunda-feira, 28 de março de 2011

Nunca fui muito dada às comemorações dos dias mundiais disto e daquilo! Irrita-me essa mania de só falarmos das coisas, de só lhes atribuirmos alguma importância, uma vez por ano.Tudo deveria ser vivido, festejado e devidamente dignificado no dia a dia.Mas ontem, deu-me para aqui... andei todo o dia irritada, zangada comigo mesma, porque me apetecia ir ao teatro, e não arranjei tempo. Seria por ser o Dia Mundial do Teatro? Seria porque a minha paixão por ele é infindável? Se calhar, não passou de uma boa dose de inveja, por ter ficado em casa enquanto outros o celebraram! Mas com o trabalho a apertar e depois de, no Sábado, o dia ter sido passado em Lisboa, era impensável voltar... E como de costume, esta minha Sintra continua pobre, pobrezinha, em matéria de oferta cultural. Como é possível ter-se tanto e tão pouco? Ora pensem lá em tudo o que nós temos- Palácio da Vila, Palácio da Pena, Monserrate, Seteais, Castelo dos Mouros... e no que por aqui se podia fazer num dia mundial do teatro (e já só falo neste dia...)!




 Agora abram o site da Câmara e vejam o que se fez... Como sempre, a Regaleira salva a honra do convento... Bem que gostaria de saber onde e o que comemoram os responsáveis da cultura desta minha terra!
Bem, em contrapartida, no Sábado fomos à Gulbenkian, ao Vem Cantar Jazz com o Coro Gulbenkian, inserido na série Descobrir/Educação para a Cultura. E mais uma vez deleitámo-nos com um concerto totalmente conseguido. Com canções de Aaron Copland e excertos do Sacred Concert de Duke Ellington, o concerto decorreu sob a direcção do maestro Jorge Matta. É ele o comunicador que, do princípio ao fim, estabelece com o público uma forte empatia. É ele que nos põe a cantar!


Maestro Jorge Matta e a Soprano Marta Hugon

Afirma ter sido um  estímulo "conceber um concerto que levasse o Coro Gulbenkian a cantar jazz, género musical de que nunca se tinha aproximado".Ainda bem que o fez! Perante uma sala de todas as idades, onde um grande número de crianças parecia hipnotizada pela magia da música, a junção harmoniosa entre sons de música sacra e um trompete e um saxofone proporcionou à plateia uma hora inesquecível.


João Moreira (Trompete), Pedro Moreira (Saxofone Tenor) e Óscar Graça (Piano)


Bernardo Moreira (Contrabaixo), Bruno Pedroso (Bateria)



Hoje, o meu filho continuava a cantar,
Dance, dance, dance
Praise God and dance.

Uma nota final: porque será que Sintra não aderiu à Hora do Planeta e não apagou as luzes?

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Um Ano de Chá

quinta-feira, 24 de março de 2011

Em Fevereiro, o Chá de Sintra fez um ano! E as bloguistas andam tão cheias de trabalho, que nem se lembraram!!!
Atrasada, a comemoração chegou pela mão da nossa amiga e bloguista, claro, que nos surpreendeu oferecendo um sumptuoso jantar.
Na mesa, ricamente decorada (fazendo lembrar umas naturezas mortas que vi em Amesterdão e que já aqui dei nota), estavam estas divertidas pétalas que, pasme-se, são batatas fritas. E deliciosas!




Começamos por um folhado de framboesa e camembert. A fusão do queijo com os frutos silvestres é divinal.



Seguiu-se polenta com ragu de cogumelos. A polenta, um prato tipicamente italiano, é feita com farinha de milho. Eu adoro - faz-me lembrar o milho frito madeirense que tanto comi em miúda.


O terceiro prato foi uma salada de salmão com manga e lima. O agridoce da fruta com o peixe rosa de sabor forte fizeram as delícias de alguns dos convivas. Foi um dos pratos votados como o melhor!



 A carne surgiu neste caril de frango com massa filo. Um bom bocado picante, fez correr o vinho, também ele da mais fina qualidade. Seguramente do Douro, mas não decorei o nome.



E agora as sobremesas. Primeiro suspiros com morango e hortelã. Fresco, saboroso, não demasiado doce. Muitíssimo bom!


A terminar, um bolo de chocolate e frutos secos (nozes e amêndoas), acompanhado por natas azedas e frutos silvestres. 



Bem, depois disto, palavras para quê?
Adorámos, só não pasmámos porque conhecemos bem os dotes culinários da nossa querida amiga!
A tudo se tem de acrescentar uma óptima companhia, conversa agradável e excelente vinho.
Muito, muito obrigada. Que venham mais aniversários do Chá.

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Sintra sem poesia?

domingo, 20 de março de 2011

Vem, poesia, vem como vieste
No virginal começo doutras eras!
Vem amansar as feras.
Alegrar o cipreste,
E cobrir de ridentes primaveras
Este cimento que ninguém reveste!

Miguel Torga, Grito




Amanhã comemora-se o Dia Mundial da Poesia. Porque hoje é domingo  e está um sol fantástico, saiam por aí a espreitar a Poesia! Levem as crianças, ou não, e vão ao encontro dela.
Temos pena que Sintra, a mesma que encantou poetas, hoje esteja apenas repleta de sol...

Aqui fica a nossa sugestão:
O CCB tem um programa cheio. E a entrada é gratuita!

http://www.ccb.pt/sites/ccb/pt-PT/Programacao/Literatura/Pages/DIAMUNDIALDAPOESIAMAR2011.aspx

Bom Domingo!

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Meu Amor... Perdido e Achado.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Cheiinha de trabalho, nao tem sido fácil vir até ao Chá. Por isso, hoje venho pôr a leitura em dia e deixo-vos alguns dos últimos livros que andamos a ler cá por casa.

O Meu Amor é um livro editado pela Bags of Books, uma recente editora de que já gostamos muito.Trata-se de uma deliciosa história escrita pela italiana Beatrice Alemagna, com fantásticas e divertidas ilustrações feitas em pano.



Uma coisa esquisita, com pêlos de cão e cabeça de porco. Assim se define a si próprio este animal estranho, a quem todos confundem com qualquer outro.




As ilustrações feitas em pano, com recurso a botões e afins, são tão fantásticas quanto conseguidas, pois quando acabamos de as ver, achamos que O Meu Amor não poderia ser de outra coisa qualquer...


Estranho? Para o amor não há estranheza...



Este é um livro, cuja ausência empobrece qualquer biblioteca. Não deixem de comprar, ou só ler,  ou só mexer...
Com carimbo de imperdivel, aí está 



"Finalmente chegou", é o comentário unânime em relação a este livro do autor do Incrível Rapaz que Comia Livros e de O Coração e a Garrafa.




É um livro sobre a amizade, expressa em imagens e palavras.




Adoro o trabalho de Oliver Jeffers e até o meu filho já diz que, quando for grande, quer ilustrar como ele...



Perdido e Achado é um livro pelo qual nos apaixonamos! Quando chegamos ao fim, até nem nos importávamos de ser pinguins. Como sempre, chegou pelas mão da Orfeu Mini.

Depois do livro ter ganho o Prémio Autores 2011, a curiosidade aumentou e  A Contradição Humana instalou-se cá por casa. É um livro de Afonso Cruz, divertido, às vezes até mordaz, mas bem assertivo no que toca a esses males de todos padecemos. Contradições!





Confesso que tal como me tinha acontecido com a leitura de Os Livros Que Devoraram o Meu Pai, que teima em não me sair de cima da secretária, me assaltou a dúvida da idade dos possíveis leitores. Acho aliás que esse é um dos traços fascinantes da escrita deste autor. A dúvida ficou desfeita com o gargalhar do meu  filho e os risos da avó perante as contradições apontadas.


  

Por último, mas não em preferência, ainda anda por aqui o Dançar nas Nuvens, da argentina Vanina Starkoff.


O sonho de uma menina que queria dançar com as nuvens e a quem a mamã dizia para esquecer a ideia, pois só os pássaros conseguiam tocar-lhes. A menina, que acaba por tocá-las, descobre, contudo, que um pouco mais abaixo, há coisas igualmente belas e bem menos solitárias.





Uma forma brilhante de abordagem da vivência em comunidade e do intercâmbio cultural. As ilustrações deslumbram, como podem ver. Tal como o tema, também elas são cheias de cor, diversidade e riqueza.




Finalista do 3º Prémio Internacional de Compostela para álbuns ilustrados 2010, chegou até nós pela mão da Kalandraka, pois claro!

Às vezes, também danço nas nuvens, tentando gerir a grande contradição que é o dinheiro perdido e achado graças ao meu amor pelos livros! Leiam muito com a criançada!

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Palácio Nacional da Pena

sábado, 12 de março de 2011

Aproveitámos a interrupção do Carnaval, para ir ao Palácio Nacional da Pena com as crianças.




Por entre curvas e estradas apertadas, lá fomos nós, contornando a Serra até ao cimo.
Chegando aos jardins da Pena e passando os portões, a alegria dos mais pequenos desperta, quando percebem que vamos apanhar um comboio até ao Palácio.



Não estamos sozinhos durante este percurso. Muitos turistas acompanham-nos, admirados por aquela beleza. Não há fotografias suficientes que desvendem aquele ambiente. É preciso senti-lo, cheirar a terra molhada e a admirar a flora que brotou naquela terra.




O percurso pelo interior do Palácio é curto, mas conseguimos sentir a história que por ali ainda passa. Se fecharmos os olhos, podemos imaginar o dia-a-dia dos reis e rainhas naquele espaço.
Certas divisões do Palácio interessaram bastante os meus filhos. A minha filha (eu também confesso) ficou espantada com a cozinha, com os tachos em cobre, os ferros de engomar a vapor e com o enorme fogão. O quarto da rainha D. Amélia, sobretudo a cama e o berço, também despertou uma certa curiosidade. Quanto ao meu filho, que por ser ainda pequeno, saiu um pouco decepcionado daquela visita. O seu maior interesse era descobrir uma cómoda retrete, igual à que viu no Convento de Mafra, mas em Sintra não existe réplica semelhante.
Mas passemos ao exterior. A vista que temos das torres do Palácio deixam-nos hipnotizados. É tão bonita, tão vasta, que nem o nevoeiro a perturba. 


Passeámos pelos caminhos estreitos, pelos pátios, subimos torres, atravessámos pontes e arcos, sempre descobrindo pormenores admiráveis. 






A minha filha dizia, admirada, que ali nas paredes do Palácio havia mais conchas do que na Praia Grande!
Pórtico Tritão -simboliza os quatro elementos
Nesta arquitectura romântica, há motivos mouriscos, góticos e manuelinos. Por entre rochedos gigantescos, ergue-se esta maravilha, que surgiu de uma visão inteligente de D. Fernando II, que ficou apaixonado pelas ruínas do Convento da Pena, que resistiram ao terramoto de 1755.

Talvez deva dizer que há zonas do Palácio que “gritam” pedidos de restauração, novas estratégias de iluminação e novas forma de climatizar o interior do edifício. 


Esperemos que nunca faltem verbas para isso, que nunca se apague o requinte imposto por D. Fernando II e se continue homenagear dignamente a Nossa Senhora da Pena.

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