Outra Serra...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Este fim-de-semana troquei a minha Serra de Sintra pela Serra da Estrela.



Brincar na neve, debaixo de um sol fantástico é uma sensação maravilhosa. A Serra estava linda!



                            


À medida que se subia, o branco da neve misturava-se com o das nuvens, proporcionando aos olhos dos visitantes um soberbo espectáculo.




Com temperatura amena e uma visibilidade fantástica, nem apetecia sair...




Como sempre, deixámos o nosso testemunho... Divertimo-nos imenso e à falta de outros materiais, fizemos um" benjamim fumador", que teve um enorme êxito!


E ainda tivemos tempo para uma visita ao Museu do Pão que, contrariando os costumes bem portugueses, ao sábado está aberto até às 22 horas!


Nunca aqui tinha estado. Fiquei encantada com tudo o que ali vi e bastante surpreendida por saber que se trata de uma iniciativa de carácter privado. De acordo com a explicação que me deram, a razão foi a suspeita das entidades públicas de que uma iniciativa destas não resultasse no interior do país!


Acho que o Museu do Pão seria um sucesso em qualquer sítio e ainda bem que ficou aqui, em Seia. A viagem ensina-nos a história do ciclo do pão ao longo dos anos. O meu filho adorou e ficou definitivamente a saber como o pão chega à mesa...


Paranhos da Beira é uma vila a poucos quilómetros de Seia. Como na maioria das terras vizinhas da Serra da Estrela, falta-lhe quase tudo para poder apoiar um turismo de qualidade...



Mas foi lá que encontrámos um  despretensioso e simpático refúgio, a Casa Santa Ana da Beira.





E como este mundo é mesmo uma aldeia, até descobrimos que os proprietários são família de uns vizinhos. Até à próxima...





Read more...

Edzer de Benvindo Fonseca

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Assisti na sexta- feira a um espectáculo da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo no nosso Olga Cadaval.


Perante uma sala completamente cheia, os bailarinos executaram duas peças. 
A primeira é uma coreografia de Patrick Delcroix e música de Arvo Part. A música lindíssima, assim como o bailado. Aqui vos deixo uma fotografia, a que serviu de cartaz ao espectáculo.



Mas o prato forte era a segunda peça, uma estreia absoluta de uma coreografia de Benvindo Fonseca, anterior 1º bailarino do extinto Ballet Gulbenkian. A peça, intitulada Edzer (palavra hebraica para "aquele que me olha nos olhos"), pretende retratar África.

Segundo o programa: "Trata-se de um olhar cosmopolita sobre uma África pessoal que não pode deixar de incluir a África da guerra, da fome e da miséria humana, mas que é também a África da pulsão vital da Alegria. Ambas fazem parte de uma mesma e complexa realidade, mas a segunda ajuda a ultrapassar a primeira."

Desenvolve-se com música das Batucadeiras de Netas de Nha Cabral, um conjunto de cerca de uma dezena de mulheres cabo-verdianas que, a partir de certa altura, entram em palco, tocando ali os seus batuques e cantando maravilhosamente.

Não tenho qualquer afinidade com a música ou a tradição africana, mas fiquei rendida à espectacular força daquelas artistas e dos seus batuques. Os bailarinos ganharam um ritmo, uma força contagiante, de um efeito cénico realmente magnífico. 

Que pena não ter fotografias para partilhar com os leitores.

Deixo esta, que encontrei no blog lisboa ballet contemporâneo, também de uma coreografia de Benvindo Fonseca, intitulada Makeba e dedicada às crianças de Moçambique.


Quem me dera saber dançar assim!
Foi um espectáculo magnífico, aplaudido de pé pela sala inteira.

Provavelmente será apresentado noutras salas pelo país - aqui terá sido uma estreia semi-privada. Era notório que muitos dos espectadores eram artistas e alguns deles conhecidos do grande público. (Fiquei aliás a pensar que eu e o meu marido teríamos sido os únicos a comprar bilhete...) 
Se virem o anúncio deste programa, não percam, é mesmo fantástico! Eu, por mim, adoraria ver novamente.

P.S. - Jantámos antes no G-Spot onde fomos, como sempre, muitíssimo bem servidos.

Read more...

Vão a Tallinn!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Tallinn, capital da Estónia, é este ano capital europeia da cultura. A par com Turku, na Finlândia. No próximo ano, passarão o testemunho a Guimarães.





Estive em Tallinn em Julho. Foi a última paragem de uma viagem longa e fabulosa, que vocês foram acompanhando aqui no Chá. Fiquei fã desde cantinho do mundo, que alia história e modernidade a um charme e encanto absolutamente naturais.

Catedral Alexander Nevsky, herança russa
Tallinn é conhecida sobretudo pela parte velha da cidade, detentora de uma arquitectura medieval deslumbrante. Abundam os restaurantes, bares, pubs, espaços que conservam a traça medieval e a que, em regra, se junta um enorme bom gosto, fazendo deles espaços muito acolhedores. Sítios de onde não apetece sair.


Um dos restaurantes mais conhecidos de Tallinn



Dentro e fora deles, podemos assistir a múltiplas e diversas manifestações culturais. A música faz parte da identidade dos estonianos. É indissociável da sua cultura, tendo ficado célebre a "Revolução do Canto", quando nos anos oitenta, exigiram dos soviéticos a sua independência, cantando. O teatro é outra paixão.


Nas ruas, respira-se história e cultura. Os trajes da época medieval, que fazem questão de usar, emprestam um colorido e uma ambiance histórica díficeis de igualar.







Os restaurantes têm animações, teatro, música. Aqui, enquanto jantava, assisti a uma notável encenação de um duelo de espadachim medieval.



Curiosamente, a Estónia fica a poucos quilómetros da Finlânda, faz fronteira com a Rússia e a Letónia, e só o mar Báltico a separa da Suécia. A sua situação geográfica valeu-lhe,ao longo do tempo, ser invadida por dinamarqueses, suecos, alemães e russos. Foi bombardeada pelos nazis e voltou a reconstruir-se.



A Estónia é um país recente, mas Tallinn já é um dos maiores centros digitais e tecnológicos do mundo. Soube modernizar-se, conservando a beleza do antigo.





Enquanto andei por lá , com a certeza de querer voltar, não consegui evitar algumas comparações com a minha bela Sintra. Com tudo o que ela também poderia ter e não tem! Salvaguardadas as devidas distâncias, Sintra e Tallinn têm muitas semelhanças. E são igualmente belas.





Sempre que chego a Sintra depois das nove da noite e vejo o "deserto" em que mergulha, o ar fantasmagórico que a noite lhe empresta, sem qualquer vida ou animação cultural, lembro-me de Tallinn.
Apetece dizer, a quem de direito, "Vão a Tallinn!!!"


Read more...

Fomos ao Teatro

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

No domingo, fomos ao Olga Cadaval cozinhar letras, ou melhor, palavras, ou melhor ainda, livros. Na cozinha, entre sete panelas, uma ritmada colher de pau e vários outros apetrechos, estavam Susana Gaspar e Fernando Cunha dos Valdevinos, teatro de marionetas. De forma divertida e "deliciosa", durante 45 minutos, cativaram e encantaram  pequenos e grandes, cozinhando a história As Cozinheiras de Livros, que Margarida Botelho escreveu.


É um dos livros cá de casa com "certificado de qualidade". Nessa categoria, estão todos aqueles que o meu filho gosta muito, tanto que não resiste a  levar para a escola para ler com os amigos. Este andou por lá, a ser saboreado pela criançada, durante meses e meses.



Daí que a expectativa em relação à peça de teatro fosse grande, tanto da minha parte como da dele. O balanço foi excelente e "bizarro", porque pequenos e grandes rivalizaram nas gargalhadas, na participação e nos aplausos.


Dois excelentes actores, um casamento feliz entre a qualidade do texto e da música foi a receita. Todos ficaram a saber de onde vêm os livros, como e quem os faz. E mais importante, como nos fazem falta!



No final, os meninos ainda poderam conhecer a autora, que levou consigo os objectos que construiu para as ilustrações. E não é que, das panelas às cozinheiras, os meninos e meninas podiam  "mexer" em tudo? "Imperdoável, mãe", foi o comentário que o meu filho me disparou por não me ter ocorrido levar o nosso livro... É que ela dá autógrafos com desenhos...




O primeiro livro que li de Margarida Botelho foi a Casa da Árvore  e fiquei fã. Gosto do que escreve, como escreve, adoro o que desenha, pinta e constrói. Fico roídinha de inveja só de pensar como será a sua "fábrica", lugar mágico onde nascem tantas personagens fantásticas. Recentemente, uma amiga emprestou-me A Colecção, que nunca consegui comprar.



Um menino que se torna coleccionador depois de uma visita ao museu com o avô,  que quando fôr grande quer ser antigo como ele, que vê chegar à escola uma menina diferente, porque vem da China e não fala a mesma língua.


As palavras foram substituídas pelo coração. O menino, que até conseguia sonhar em chinês, e a menina que partilhava a paixão pelos objectos perdidos, iniciaram  a colecção da amizade.



No âmbito da minha Pós-Graduação, tive o privilégio de assistir a uma conferência de Margarida Botelho, acabadinha de chegar da Amazónia. Relatou-nos experiências e vivências desse seu percurso que é também o do projecto Encontros. Falou-nos do trabalho anterior em Moçambique e, fascinada, ouvi histórias de arrepiar e de encantar. Estou cheiinha de vontade de conhecer a EVA, o novo livro, também ele um encontro. De 29 de Março a 7 de Abril, Margarida e as suas duas Evas vão estar no Centro Cultural de Belém. Obrigatório e imperdível!


Read more...

  © Blogger template On The Road by Ourblogtemplates.com 2009

Back to TOP