World Press Cartoon

Uma espécie de travessia no deserto. Primeiro, fiquei sem internet. Depois, sem computador! Confesso que é uma sensação estranha esta, a de não ter cortado relações com o mundo, mas não ter forma de comunicar com ele! Valeram-me os livros, esses amigos que não precisam de qualquer intermediário.

Mas nem por isso os dias foram menos cheios e repletos de agitação. A Feira do Livro já aí está, bem mais cedo este ano. Se ainda não foram, espreitem aqui o calendário e organizem-se.

Ontem, domingo, demos um pulo ao Museu de Arte Moderna de Sintra para ver a exposição da World Press Cartoon.

Impensável, perder esta oportunidade!! É até 30 de Julho, mas não deixem para o fim...

Humor e arte de mãos dadas. Olhares irreverentes sobre o mundo.

Por  não ter  lentes anti-reflexo, estas são as fotos possíveis. Não consigo mostrar-vos todos os vencedores, não consigo mostrar mais do tanto que gostei. Curiosos? Venham daí!

Sem dinheiro não há escola, Didie SW, Indonésia

As crianças e a guerra, Nani, Espanha

Crianças de África, Ajim Sulaj, Albânia

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Madrid II - Chagall & companhia

E a arte aqui tão perto! Prado, Thyssen, Reina Sofia, são paragens obrigatórias em Madrid. O dificil é gerir o tempo, até porque não me importaria de acampar em qualquer um destes museus. Objectivo principal, a exposição de Chagall que o Museu Thyssen acolhe em parceria com a Fundação Caja Madrid, até 20 de Maio.

A exposição é magnífica. Foi fantástico vê-la com o meu filho, que parecia querer guardar dentro de si cada quadro que via. A exposição inclui algumas  das ilustrações das Fábulas de La Fontaine, que o pintor fez  entre 1924 e 1927. O rapaz adorou.

O tempo não era muito e tivemos de ginasticar as visitas ao Prado e ao Reina Sofia. E foi aqui que o "jovem amante de arte" descobriu a sua maior paixão! Miró!

O entusiasmo foi tanto, que até queria comprar material de pintura logo ali! Mas quando se vê, de uma só vez, Picasso, Dali, Velázquez e tantos outros, é impossível resistir a essa arte maior, que é a pintura.

Nos últimos dias, tem havido muito desenho e pintura cá por casa. Muita coisa ficará esquecida na memória dos dez anos, mas há momentos, estou certa, que se registam para sempre. Aquele em que parámos diante da tela gigante onde Picasso conta Guernica é inesquecível! Há sempre uma mini multidão e um enorme e ensurdecedor silêncio em redor do quadro. Agora, andamos a  revisitar Miró.

Um destes dias inauguro a galeria...

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Madrid I

Regresso a casa, à família, à Páscoa... Para trás, fica Madrid, uma cidade apaixonante.

Para lá da arquitectura, dos monumentos, da imponência e dos recantos de beleza intemporal, a cidade tem uma alma gigante.

 É um daqueles lugares sem horas, onde a noite se confunde com o dia, num ritmo "caliente" de emoções. Os nossos vizinhos espanhóis amam a vida e festejam-na continuamente.

                         
                              

 Misturam cultura e tradição, com o à vontade de quem sabe o que quer e gosta do que é. Orgulham-se do que têm e fazem questão de o exibir ao mundo.

A cidade fervilha de vida e a cada canto há um artista de rua, um músico, uma banda. As ruas ficam apinhadas de gente que entra pela noite, até ela se perder. Tabernas, bares, cafés, restaurantes parecem multiplicar-se à medida que percorremos as ruas. Lá dentro ou às portas, há gentes que se encontram, conversas que se animam, gestos que se ritmam, como o copo que a mão segura ou o cigarro que se esfuma.

                                                                                           

Espanha tem o passado escrito nas ruas e  transporta-o para o futuro. A contestação, essa, será sempre presente, porque este é um povo inconformado e de "sangue quente".

O dia começa lentamente e a desoras porque a noite é já daqui a pouco...

Inesgotável, Madrid consegue dar a quem a visita um turbilhão de sensações. É uma cidade que sabe cavalgar-se no tempo e acolher quem a quer ver.

 

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