Sintra em Tolentino
sábado, 20 de março de 2010
Para aqueles que frequentam o jardim
o mundo está sempre a florescer
Longe de mim diminuir o louvor.
Este poema de José Tolentino Mendonça intitula-se «Sintra, antiga Estalagem da Raposa». É lindíssimo, como todos os do Tolentino, poeta de autêntica e infinita ternura.
Sinto frequentemente a sensação que transmite quando olho para esta magnífica envolvência. E acredito que o belo, a sua contemplação permanente, nos faz pessoas melhores.
Mas Tolentino escreve ainda sobre Sintra neste seu último livro (O Viajante sem sono, Assírio & Alvim, 2009).
Imaginamos lugares estritos
para o sublime que vem afinal
depositar-se à nossa soleira
Porque o sublime está em frente aos nossos olhos e não em supostos paraísos longínquos.
Este segundo poema (que deixo incompleto à laia de aperitivo) chama-se «Sintra, Casa da Parque». Resolvi tentar procurar a antiga Estalagem da Raposa e a Casa do Parque. Esta não consegui identificar, mas a primeira foi facílimo.
Cá está ela numa foto (de fraca qualidade) que consegui tirar:
Qualquer sintrense reconhece à primeira...
De acordo com informações que recolhi na internet, esta casa serviu de morada até à sua morte à escritora Maria Gabriela Llansol (fica-nos a dúvida se Tolentino se referia afinal a ela e não a Sintra)
E não resisto a terminar o poema Sintra, Casa do Parque
Os dias são um prólogo se uma pessoa caminha
até que uma verdade lhe seja revelada
Não sei se a verdade já me foi revelada, mas passar o prelúdio em Sintra é sem dúvida um privilégio.
Muito obrigada, Tolentino Mendonça.
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