Fogo na Serra
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Segundo o Instituto de Meteorologia, o mês de Julho foi o mais quente dos últimos 80 anos. Em consequência, já arderam mais de 70 mil hectares de mata e floresta em Portugal e estima-se que este número possa chegar aos 100 mil.
Diariamente, somos invadidos pelos media, com reportagens em directo, onde assistimos à árdua luta dos bombeiros contra as chamas. É um cenário se repete ano após ano.
Quando se vive em Sintra, o calor desta estação é, por vezes, assustador. Bem sei que não gostamos de nuvens, nem de nevoeiro, mas o sol abrasador deixa-nos inquietos (nunca estamos satisfeitos!). Ninguém quer ouvir a sirene dos bombeiros, nem ver a serra envolvida em chamas.
Mas, este ano, também Sintra não escapou à devastação dos incêndios.Tivemos alguns e, ao que parece, com origem criminosa.
Próximo de Monserrate, assisti em directo ao fogo, graças ao meu filho, que me alertou enquanto brincava no jardim, tendo a Serra como enquadramento.
Próximo de Monserrate, assisti em directo ao fogo, graças ao meu filho, que me alertou enquanto brincava no jardim, tendo a Serra como enquadramento.
Vimos um fumo branco e rapidamente o barulho dos pássaros foi oprimido pelas sirenes dos bombeiros das redondezas, que num instante se deslocaram ao local. Poucos minutos mais tarde, apareceu um helicóptero que transportava água, colaborando nesta difícil missão. Bastaram três reabastecimentos e o incêndio terminou. Não deve ter durado mais de 40 minutos, apesar de 70 pessoas terem sido evacuadas do Palácio.
A eficácia desta operação deixou-me pensativa.
Não há dúvida que muito se deve aos bombeiros e aos meios aéreos, que surgem a tempo e horas. No entanto, há que realçar o magnífico trabalho de prevenção, levado a cabo na serra pelas autoridades responsáveis. Quem tiver oportunidade de passear por lá, verá a mata limpa, imensos caminhos corta-fogo, permitindo o acesso facilitado a qualquer meio de transporte, assim como inúmeras reservas de água, pequenas lagoas para ajudar nos reabastecimentos. Para além disso, há um sistema de pré-posicionamento dos bombeiros em locais de maior risco; e o Grupo de Escuteiros assegura, nesta estação, a vigilância da área e a sensibilização dos visitantes, afim de evitar potenciais riscos de incêndios. Há ainda que elogiar o Grupo de Primeira Intervenção, constituído em 2002 através de um protocolo entre a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a Câmara de Sintra e as Associações de Bombeiros,para vigiar a serra nos 365 dias do ano.
É bom saber que a Serra está bem protegida. Assim, continuarei a receber visitas encantadoras nos meus jardins, tal como esta...
Nunca é demais recordar as sugestões feitas pela Guarda Nacional Republicana. Consulte este folheto informativo.
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