Retratos de um Passeio

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ainda oferecendo alguma resistência à rotina das horas, e também por falta de tempo, há já alguns dias que a caminhada matinal com os cães é feita num percurso mais curto. Desde sempre batizado como "passeio das galinhas", graças aos muitos e magníficos exemplares da espécie que habitam uma das poucas casas por ali existentes, este é igualmente um percurso cheio de encanto e magia, de recantos e esconderijos.



Reconheço que, actualmente, a designação talvez não seja a mais apropriada, uma vez que o ramo da família mais numeroso é encabeçado pelos primos, os patos.


A sensação é sempre a mesma, a de que, para além de nós, ninguém mais por aqui passa! Enquanto caminho, interrogo-me permanentemente se ninguém explora estes trilhos de abandono e de paz, que só Sintra nos empresta em cada virar de esquina.



Há uns dias, tive uma ideia que, com a ajuda do meu filho, vou pôr em prática. Escrever um pedacito de papel solicitando aos caminhantes que assinalem a sua passagem com uma pedrinha, e assim poderemos saber quantos somos. Se calhar os coelhos e as perdizes que por lá construiram a sua morada, vão acabar por se apoderar da mensagem, ou mesmo, usá-la para algum ninho... Veremos.



A meio do percurso, encontramos esta relíquia, um velho portão aberto de par em par, que nos assegura, em jeito de boas vindas, podermos passar por ali, pela sua imensa casa.





Até hoje, nunca encontrei melhor forma de iniciar os meus dias. Os olhos regalam-se com tão vasto e imenso território de coisas belas! E depois, há essa certeza, de que vá por onde fôr, a serra acaba sempre por me circundar, observando-me do alto da sua imponência.



Estes são os momentos em que não me lembro do lixo que existe espalhado pelo chão, das casas que estão a cair, e até me esqueço das muitas coisas que gostaria de ver em Sintra e esta não tem...

No regresso, sente-se algum cansaço, não tanto pela distância percorrida, mas sim, pelo calor que ainda se faz sentir.




Isto, apesar do Outono já me ter batido à porta e ter entrado jardim dentro, como me dizem as folhas que passam os dias a dançar pelo chão.




Ainda assim, as cores permanecem quentes e os tons continuam de verão...




Muitas vezes penso que este é o único lugar do mundo em que a generosidade da mãe natureza contraria todos os dias a inércia dos homens. E lembro-me do amigo "sempre presente" das galinhas e dos patos...


Levei algum tempo a perceber que  não é real!  Não mexe,  não faz nada... mas está lá.

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