Edzer de Benvindo Fonseca
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Assisti na sexta- feira a um espectáculo da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo no nosso Olga Cadaval.
Perante uma sala completamente cheia, os bailarinos executaram duas peças.
A primeira é uma coreografia de Patrick Delcroix e música de Arvo Part. A música lindíssima, assim como o bailado. Aqui vos deixo uma fotografia, a que serviu de cartaz ao espectáculo.
Mas o prato forte era a segunda peça, uma estreia absoluta de uma coreografia de Benvindo Fonseca, anterior 1º bailarino do extinto Ballet Gulbenkian. A peça, intitulada Edzer (palavra hebraica para "aquele que me olha nos olhos"), pretende retratar África.
Segundo o programa: "Trata-se de um olhar cosmopolita sobre uma África pessoal que não pode deixar de incluir a África da guerra, da fome e da miséria humana, mas que é também a África da pulsão vital da Alegria. Ambas fazem parte de uma mesma e complexa realidade, mas a segunda ajuda a ultrapassar a primeira."
Desenvolve-se com música das Batucadeiras de Netas de Nha Cabral, um conjunto de cerca de uma dezena de mulheres cabo-verdianas que, a partir de certa altura, entram em palco, tocando ali os seus batuques e cantando maravilhosamente.
Não tenho qualquer afinidade com a música ou a tradição africana, mas fiquei rendida à espectacular força daquelas artistas e dos seus batuques. Os bailarinos ganharam um ritmo, uma força contagiante, de um efeito cénico realmente magnífico.
Que pena não ter fotografias para partilhar com os leitores.
Deixo esta, que encontrei no blog lisboa ballet contemporâneo, também de uma coreografia de Benvindo Fonseca, intitulada Makeba e dedicada às crianças de Moçambique.
Quem me dera saber dançar assim!
Foi um espectáculo magnífico, aplaudido de pé pela sala inteira.
Provavelmente será apresentado noutras salas pelo país - aqui terá sido uma estreia semi-privada. Era notório que muitos dos espectadores eram artistas e alguns deles conhecidos do grande público. (Fiquei aliás a pensar que eu e o meu marido teríamos sido os únicos a comprar bilhete...)
Se virem o anúncio deste programa, não percam, é mesmo fantástico! Eu, por mim, adoraria ver novamente.
P.S. - Jantámos antes no G-Spot onde fomos, como sempre, muitíssimo bem servidos.
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