O senhor Puntila e o seu criado Matti

quinta-feira, 3 de março de 2011

Este fim-de-semana, o Chá de Sintra foi ao Teatro Aberto em Lisboa. 


Na noite de Sábado, encontrámos a cidade tranquila, apesar do vento que teima em não desaparecer.
Depois de terem sido atribuídos os prémios da Sociedade Portuguesa de Autores e da RTP, que premiaram o actor Miguel Guilherme, ficámos cheios de curiosidade de ver a peça “O senhor Puntila e o seu criado Matti.” E lá fomos nós.


O foyer estava cheio de pessoas, que descontraidamente aguardavam o início da peça. Ao entrar na sala azul fomos surpreendidos pela presença dos actores já em palco, quase estáticos, como se fossem parte integrante do cenário.
Assim que a peça começou, ficámos de tal forma envolvidos, que nem nos apercebemos das duas horas e quinze minutos que ela durou. Sem grandes luxos de encenação, os actores prenderam-nos e misturam-se com o público, sempre com um lado de humor e poesia marcante.
A história relata a vida de Puntilla, “um proprietário rural que aprecia demasiado a bebida, sofrendo de dupla personalidade. Quando está sóbrio é arrogante e egocêntrico e quando está ébrio é fraternal e compassivo”. Oscilando entres estes dois modos de estar na vida, deixa todos aqueles com que se relaciona completamente confusos, especialmente o seu motorista e confidente Matti.
Neste enredo de Brecht, escrito em 1940 na Finlândia, acompanhado por um banda musical, também ela cheia de humor, dança-se “o tango finlandês, cantam-se louvores à exuberância da natureza e aos prazeres da bebida, sabendo que, apesar do sonho da igualdade entre os homens, a “agua e o azeite nunca se vão misturar.”
Foi sem dúvida uma noite muito bem passada. A peça saiu de cena este fim-de-semana (27 de Fevereiro). Os actores despediram-se do público, com várias sessões esgotadas. Foram aplaudidos por uma plateia em pé e com um sorriso no rosto.

Só foi lamentável que, quando terminou o teatro, a grande maioria dos espectadores tenha sido “premiada” com um multa de estacionamento, pela Policia Municipal de Lisboa, que, em duas horas de espectáculo, multou mais de 50 carros estacionados no passeio, junto ao Teatro Aberto. E ao que parece não é novidade…




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