Halloween I - pela boca morre o peixe
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Gosto de máscaras. De todas as formas e feitios. Como para qualquer amante confesso de teatro, elas exercem sobre mim um enorme fascínio. Nem sempre aprecio o uso que lhes é dado, mas isso são outras histórias.Desde que me conheço, que qualquer elemento que me aproxime da representação cénica, me deslumbra. Lembro-me que já em criança, adorava mascarar-me. No Carnaval, dava largas à criatividade. Assustar vizinhos e pregar partidas aos amigos deliciava-me. Contudo, nunca simpatizei, ou melhor, sempre "embirrei" com este novo fenómeno que dá pelo nome de Halloween.
Importado, sobretudo, dos Estados Unidos, terá sido levado para ali pelos primeiros emigrantes irlandeses.A verdade é que, até há poucos anos atrás, as únicas referências que dele possuíamos deviam-se exclusivamente ao cinema. Todos conhecemos as cenas típicas em que as crianças se deslocam em grupos para a célebre "doçura ou travessura". Ora, porque temos nós de copiar um festejo que invoca os mortos dos outros, quando temos os nossos? Porquê comprar abóboras nesta altura, quando passamos o ano todo sem consumir as pobres,apesar do elevado valor nutritivo que possuem? Pior ainda, quando a grande maioria dos portugueses não conhece Jack Lanterna nem porventura, ouviu falar dele...
Acrescendo a tudo isto, o Natal está próximo e não me vejo contribuinte de mais um período dourado para os comerciantes, transformando bruxas, esqueletos, morcegos e outros que tais em dignos antecessores dos anjinhos e do pais natal.
Não sendo adepta de nada disto, porque estou eu para aqui a falar? Tudo para vos confessar que fui bem "apanhada". Pois é, filho de peixe sabe nadar e como tal, o meu saiu à mãe...E como pela boca morre o peixe, este ano dei comigo a organizar uma festinha de Halloween para a criançada. No ano passado, o rapaz já tinha tentado aliciar-me, mas fiquei-me por uns amiguitos, que sentei ao luar, à volta de uma enorme abóbora cedida por uma amiga.Umas quantas pizzas e a criatividade deles fizeram o resto.O comentário foi unânime, a melhor festa de halloween das suas vidas! Não seria difícil, já que era a única até ali.
uma das nossas decorações
Todos sabemos que as crianças gostam de rotinas e ainda o Outubro vinha longe já elas me perguntavam pela festa de Halloween.Com um tempo desgraçado, muita chuva e muito vento, dei comigo a pensar como organizar uma noite de Halloween para dez diabretes. E como eles encarnam bem o espírito!
Uma preocupação acrescida era fazê-lo sem gastar dinheiro, um pensamento recorrente era "isto não me está a acontecer"...
Decidi que o melhor seria prendê-los pelo estômago, imaginando que as cabeças não estariam permeáveis a imposições de sensatez.
dentaduras vampirescas
olhos de defunto
cupcakes halloween
Bolo Enfeitiçado
O meu assistente foi incansável, partilhando a confecção de tudo isto. E fiquei uma mãe babada quando me mostrou a ementa que elaborou sózinho, depois de recortar este gato de um saco de papel...
Gastei 2€ num saco de "teia de aranha", que até inclui alguns exemplares da raça, e muitas horas a pensar e a executar os bruxedos com que os ensombrei a eles e à casa.
Na casa dos mortos-vivos muito aconteceu... mas o resto só vos conto amanhã, porque ainda estou morta!
4 comentários:
Amiga tudo maravilhoso como sempre, e q canseira, só tu!!!! Só tenho um pequeno apontamento....desculpa...mas eu acho q o dia dos finados é a 2 de Novembro e não a 1, apesar de como a 1 é feriado as pessoas aproveitam para antecipar a ida ao cemitério...bjs continuaçao do bom trabalho :) adoro-vos bjs
Amiga, tens toda a razão.Vou fazer a correcção. Bjs nossos para a madrinha do Chá.Estamos à tua espera.
Olha a minha "Naza" ficou "amaricana"...! Valham-me os santinhos e a Senhora da Agrela "benz-á" Deus...
E ainda não descobriu o teu filho os costumes soviéticos...já estou mesmo a ver barricas de ovos moles a saltarem de dentro de matrioskas...
E assim as crianças têm o poder de nos carregar as baterias com pozinhos de imaginação e fazem mover as montanhas em que nos vamos transformando dia a dia.
nota final: Quando eu morrer reguem-me porque vou ser cinza de uma árvore qualquer
Só tu para uma ideia destas.
Por mim, fiquei-me por uma abóbora à janela, com uma vela lá dentro e que se aguentou acesa até de manhã.
Adorei (que horror) os olhos e defunto. Quanto ao bolo, enfeitiçado ou não, até dava uma trinca...
Bjocas
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