Vão a Tallinn!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Tallinn, capital da Estónia, é este ano capital europeia da cultura. A par com Turku, na Finlândia. No próximo ano, passarão o testemunho a Guimarães.





Estive em Tallinn em Julho. Foi a última paragem de uma viagem longa e fabulosa, que vocês foram acompanhando aqui no Chá. Fiquei fã desde cantinho do mundo, que alia história e modernidade a um charme e encanto absolutamente naturais.

Catedral Alexander Nevsky, herança russa
Tallinn é conhecida sobretudo pela parte velha da cidade, detentora de uma arquitectura medieval deslumbrante. Abundam os restaurantes, bares, pubs, espaços que conservam a traça medieval e a que, em regra, se junta um enorme bom gosto, fazendo deles espaços muito acolhedores. Sítios de onde não apetece sair.


Um dos restaurantes mais conhecidos de Tallinn



Dentro e fora deles, podemos assistir a múltiplas e diversas manifestações culturais. A música faz parte da identidade dos estonianos. É indissociável da sua cultura, tendo ficado célebre a "Revolução do Canto", quando nos anos oitenta, exigiram dos soviéticos a sua independência, cantando. O teatro é outra paixão.


Nas ruas, respira-se história e cultura. Os trajes da época medieval, que fazem questão de usar, emprestam um colorido e uma ambiance histórica díficeis de igualar.







Os restaurantes têm animações, teatro, música. Aqui, enquanto jantava, assisti a uma notável encenação de um duelo de espadachim medieval.



Curiosamente, a Estónia fica a poucos quilómetros da Finlânda, faz fronteira com a Rússia e a Letónia, e só o mar Báltico a separa da Suécia. A sua situação geográfica valeu-lhe,ao longo do tempo, ser invadida por dinamarqueses, suecos, alemães e russos. Foi bombardeada pelos nazis e voltou a reconstruir-se.



A Estónia é um país recente, mas Tallinn já é um dos maiores centros digitais e tecnológicos do mundo. Soube modernizar-se, conservando a beleza do antigo.





Enquanto andei por lá , com a certeza de querer voltar, não consegui evitar algumas comparações com a minha bela Sintra. Com tudo o que ela também poderia ter e não tem! Salvaguardadas as devidas distâncias, Sintra e Tallinn têm muitas semelhanças. E são igualmente belas.





Sempre que chego a Sintra depois das nove da noite e vejo o "deserto" em que mergulha, o ar fantasmagórico que a noite lhe empresta, sem qualquer vida ou animação cultural, lembro-me de Tallinn.
Apetece dizer, a quem de direito, "Vão a Tallinn!!!"


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Fomos ao Teatro

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

No domingo, fomos ao Olga Cadaval cozinhar letras, ou melhor, palavras, ou melhor ainda, livros. Na cozinha, entre sete panelas, uma ritmada colher de pau e vários outros apetrechos, estavam Susana Gaspar e Fernando Cunha dos Valdevinos, teatro de marionetas. De forma divertida e "deliciosa", durante 45 minutos, cativaram e encantaram  pequenos e grandes, cozinhando a história As Cozinheiras de Livros, que Margarida Botelho escreveu.


É um dos livros cá de casa com "certificado de qualidade". Nessa categoria, estão todos aqueles que o meu filho gosta muito, tanto que não resiste a  levar para a escola para ler com os amigos. Este andou por lá, a ser saboreado pela criançada, durante meses e meses.



Daí que a expectativa em relação à peça de teatro fosse grande, tanto da minha parte como da dele. O balanço foi excelente e "bizarro", porque pequenos e grandes rivalizaram nas gargalhadas, na participação e nos aplausos.


Dois excelentes actores, um casamento feliz entre a qualidade do texto e da música foi a receita. Todos ficaram a saber de onde vêm os livros, como e quem os faz. E mais importante, como nos fazem falta!



No final, os meninos ainda poderam conhecer a autora, que levou consigo os objectos que construiu para as ilustrações. E não é que, das panelas às cozinheiras, os meninos e meninas podiam  "mexer" em tudo? "Imperdoável, mãe", foi o comentário que o meu filho me disparou por não me ter ocorrido levar o nosso livro... É que ela dá autógrafos com desenhos...




O primeiro livro que li de Margarida Botelho foi a Casa da Árvore  e fiquei fã. Gosto do que escreve, como escreve, adoro o que desenha, pinta e constrói. Fico roídinha de inveja só de pensar como será a sua "fábrica", lugar mágico onde nascem tantas personagens fantásticas. Recentemente, uma amiga emprestou-me A Colecção, que nunca consegui comprar.



Um menino que se torna coleccionador depois de uma visita ao museu com o avô,  que quando fôr grande quer ser antigo como ele, que vê chegar à escola uma menina diferente, porque vem da China e não fala a mesma língua.


As palavras foram substituídas pelo coração. O menino, que até conseguia sonhar em chinês, e a menina que partilhava a paixão pelos objectos perdidos, iniciaram  a colecção da amizade.



No âmbito da minha Pós-Graduação, tive o privilégio de assistir a uma conferência de Margarida Botelho, acabadinha de chegar da Amazónia. Relatou-nos experiências e vivências desse seu percurso que é também o do projecto Encontros. Falou-nos do trabalho anterior em Moçambique e, fascinada, ouvi histórias de arrepiar e de encantar. Estou cheiinha de vontade de conhecer a EVA, o novo livro, também ele um encontro. De 29 de Março a 7 de Abril, Margarida e as suas duas Evas vão estar no Centro Cultural de Belém. Obrigatório e imperdível!


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G Spot

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Quem não utiliza abóbora no seu dia-a-dia para cozinhar? 


Todos certamente. 
Eu costumo utilizá-la em sopas, saladas, compotas, etc... mas nunca em pratos com a criatividade dos Chefs do G-spot.


Este restaurante fica localizado em Sintra, junto à Biblioteca da Casa Mantero, um local pequeno, despretensioso, que poderá passar despercebido, mas que se afirma pelo amor à arte da culinária.
Este fim-de-semana, fomos lá espreitar e degustar o menu proposto pelos Chefs João Sá e André Simões.


Não sabíamos muito bem o que iríamos comer, apenas que a carta estava subordinado ao tema Abóbora!
Na Ementa havia uma breve história sobre este legume, que inclui cerca de 27 espécies, inicialmente cultivadas na América do Sul, há cerca de 9.000 anos, pela civilização Olmeca. Outras também o fizeram, como é o caso da civilização Maia, Azteca e Inca. Hoje cultiva-se por todo o mundo.
Mas vamos à descrição do jantar...
Começámos com uma entrada "fofa" de crepe com polvo, o único prato que não tinha abóbora e que foi oferta bem saborosa dos Chefs.


Seguiu-se uma sopa de abóbora quente com aromas fortes de gengibre e com mexilhão. Estava soberba, sobretudo para quem aprecia o sabor do gengibre. Para acompanhar bebemos o vinho aconselhado, Quinta das Moças.


O primeiro prato foi pescada, bem fresca e branquinha, regada com molho de amêndoa amarga, salteada com puré de aipo e abóbora gila.


Quanto ao prato de carne, fomos surpreendidos pelas costeletas tenras de borrego, acompanhadas com  bolinhos de sêmola e lascas de abóbora menina, crua.


Para os gulosos, como é o meu caso, a sobremesa era uma enorme curiosidade. Serviram um delicioso carpaccio de abóbora com risotto doce, nozes e pinhões.


Para finalizar, e porque neste jantar não houve pressa, tínhamos muito para conversar e rir, ainda bebemos um café servido com uma espuma de limão, para facilitar a digestão.
Tudo muito bem escolhido, criativo e divinal!


O Chá de Sintra propõe aos seus leitores que procurem este esconderijo em Sintra e se rendam aos mistérios e ao prazer dos sabores do G-spot.
Bom Apetite!

G-Spot
Alameda dos Combatentes da Grande Guerra, nº12-A/B

2710-426 Sintra
Telefone:927 508 027

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Uma sugestão musical

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011




Saiu no fim de Dezembro este maravilhoso disco, cuja compra recomendo vivamente.
São três peças de música erudita especialmente compostas para crianças. A famosa história do Pedro e do Lobo, musicada por Prokofiev. Conta a história de um menino, o Pedro, corajoso e aventureiro, que, contra as ordens do avô, resolve abrir a cancela do jardim e ir até ao lago junto ao bosque. Aí, na companhia de alguns amigos, será visitado por um feroz lobo! Mas Pedro, cheio de coragem e de inteligência, conseguirá vencê-lo.
Cada personagem do texto (Pedro, avô, gato, pato, passarinho, lobo e caçadores) é representada por um instrumento e por um melodia: o Pedro pelas cordas, o avô pelo fagote, o passarinho pela flauta, o lobo pela tuba, etc., etc.
A música é lindíssima, a história engraçada e os miúdos vão-se deixando encantar.
A narração da Catarina Furtado está excelente, cheia de vida, conjugando-se perfeitamente com o texto e a orquestra.

A segunda peça é o Carnaval dos Animais de Camille Saint-Saens. Composto para divertir os amigos numa festa de Carnaval, trata-se de pequenas peças, cada uma representando um diferente animal. Especialmente bonita é a do cisne, tocado pelo violoncelo.
Pena não haver narração  nesta obra, o que nos obriga a consultar a informação no cd para ver de que animal se trata.

Por último, o guia de orquestra para jovens de Benjamin Britten. Aqui, retoma-se a narração de Catarina Furtado, explicando os diversos grupos e instrumentos de uma orquestra. Verdadeiramente pedagógico, para além de muito bonito.

A destacar, a nossa maestrina Joana Carneiro numa condução perfeita (parece-me) da Orquestra Gulbenkian. Que bem que está a tocar a nossa Orquestra Gulbenkian. Não fica atrás das melhores do mundo!

É um CD a não perder, para miúdos e graúdos. Eu tenho-o no carro e os meus filhos já sabem tudo de cor!

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Às voltas com os livros e o arenque

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Desta é que foi! Andava farta de catrapiscar os olhos à Pós-graduação em Livro Infantil, que a Católica iniciou há três anos. Finalmente decidi-me. E ainda bem, porque estou a adorar. É uma sensação que não experimentava há muito, esta de me sentar do lado de cá para aprender. E como se aprende!




Claro que o trabalho se avoluma e o tempo nunca é suficientemente generoso. Bem me esforço por ginasticar as horas, mas, entre tudo o que há para ler e escrever, não sobra muito.


Mas, quando se viaja por este mundo maravilhoso, o tempo pouco conta...

Ah, e já agora, aproveito para vos contar que já comprei o meu arenque. Cá em casa já temos o nosso arenque fumado.


E já está pendurado, numa parede - branca, branca, branca.





Se ainda não têm um,  o melhor é apressarem-se! O poema é de Charles Cros,  foi feito para enfurecer as pessoas - sérias, sérias, sérias, e a ilustração é de André da Loba. E, como não podia deixar de ser, é um livro da Bruáa.

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Amigos Para Sempre

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Há dias, em conversa com uma amiga, confessava-me ela as suas inquietações acerca do medo que o filho, de cinco anos, aparenta ter do escuro. Digo aparenta porque, de uma forma ou de outra, penso que todas as crianças passam por uma fase destas, acabando sempre por sair vitoriosas da uma guerra contra “papões”, monstros e toda a espécie de criaturas assustadoras que estão associadas ao escuro. Com mais ou menos alarido, por vezes até em surdina, todas elas travam as suas batalhas, noite após noite. E todas se vão afeiçoando a esse amigo, de quem acabam por se tornar íntimas, para  toda a vida.


O segredo está, penso eu, na forma como nós,adultos, os munimos das “armas” adequadas para essas batalhas noturnas. No caso desta minha amiga, costumo brincar e dizer-lhe que considero o filho dela um herói! Isto porque, ainda hoje, ela própria não consegue enfrentar bem os monstros com que pensa cruzar-se, sempre que apaga a luz… Como podemos ensinar alguém a conviver com o escuro, a mergulhar naquele que será o nosso primeiro contacto real com o “mistério”, se nunca tivermos saltado para dentro dele? Deve ser por isso que gosto tanto deste livro de Mia Couto, que nos faz ter vontade de saltar repetidas vezes para dentro do escuro...


Esta é a história de um pequeno gato, que se sente absolutamente fascinado pelo escuro, pelo mistério que ele encerra, mas, ao mesmo tempo, tem presente os avisos da mãe, para que não se afoite no desconhecido.

A curiosidade acaba por ser mais forte que o medo do castigo e o nosso Pintalgato lança-se inteirinho no escuro. Quando finalmente se conhecem, este diz-lhe " Sou eu, o escuro.Eu é que devia chorar porque olho tudo e não vejo nada".


 
No momento em que é surpreendido pela mãe, e ao invés do esperado castigo por ter pisado o risco, Pintalgato e o escuro tornam-se irmãos... Sonho ou não, o final do livro fica por conta da imaginação dos leitores.
Quem gosta de Mia Couto (será possível não gostar?) encontra neste livro, magnificamente ilustrado por Danuta Wojciechowska,  um gato com os olhos a pirilampiscar, que só ousou despersianar quando chegou na outra margem do tempo.

Para os mais pequenos, lembro-me sempre de uma história de Maria Alberta Menéres, "Devagarinho", do livro Histórias de tempo vai tempo vem. É uma história simples que nos encanta e ensina. Nem tudo o que pensamos ver, existe...




Finalmente, tranquilizem-se os pais mais inquietos, pois há uma altura em que todos os nossos filhos vencem heroicamente qualquer bicho papão que tenha a aleivosia de lhes aparecer no escuro. E este torna-se um amigo para sempre.

 Foi o que aprendi com as respostas que obtive na sala de aula do meu filho, quando há uns tempos  perguntei aos meninos o que pensam do escuro.

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Bom Ano!!!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Caros leitores, entre trabalho, filhos e gripes,  não tem sobrado tempo para falarmos em 2011. Para todos, um Fantástico Ano!!!

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