Sugestões para o Festival de Sintra

sábado, 5 de junho de 2010

O Festival de Sintra já decorre. Não resistimos a fazer aqui algumas sugestões, ainda que com algum atraso, de que pedimos desculpa aos nossos leitores.

O programa completo não está no site do Festival, sendo necessário consultar um panfleto em papel. Obtive o meu no Centro Cultural Olga Cadaval.

O programa está dividido em três grandes áreas: música, dança e contrapontos.

Na música, pretendeu-se comemorar o bicentenário do nascimento de Schumann e de Chopin.


Frederic Chopin

Os recitais são dedicados quase em exclusivo a estes dois compositores românticos. E na romântica Sintra esta homenagem faz todo o sentido.

A título pessoal, prefiro música do século XX e parece-me que se adequa perfeitamente a Sintra, mas percebo a opção. Também é verdade que o Festival começou com Prokofiev, compositor do séc.XX,http://pt.wikipedia.org/wiki/Prokofiev

De entre estes recitais, parece-me que uma boa opção será o concerto já no próximo sábado, dia 5, no Palácio de Queluz. Aqui estará, para além do piano a cargo de António Rosado (pianista português de referência), o coro Gulbenkian dirigido por Fernando Eldoro. Interpretarão diversas peças para piano e piano e coro de Robert Schumann.

Para quem preferir desfrutar da magnífica paisagem de Sintra, sugiro o concerto do domingo pelas 17h na Quinta da Piedade. Aqui se ouvirá, em simultâneo com o chilrear típico do pôr-do-sol, Nelson Goerner (pianista argentino), tocando Chopin e Schumann.

À mesma hora, mas no sábado seguinte (dia 12), poderão ouvir-se algumas canções (lieder) de Schumann, agora na Regaleira. A Regaleira está também lindíssima. Não sei onde será o concerto, mas seguramente terá um fabuloso cenário.


Para quem referir música «cantada», esta opção é também boa.

Uma quarta sugestão será o concerto do Ensemble Mediterrain (clarinete, viola, violoncelo e piano) no dia 27 de Junho no Palácio Nacional de Sintra, pelas 19h. Mais uma vez, o programa é Chopin e Schumann, mas aqui varia-se um pouco do piano solo, com trios incluindo os outros instrumentos.

Ainda no âmbito da música, o festival contém, na vertente contrapontos, música sacra e uma gala de ópera. A primeira terá lugar na Igreja de S. Martinho, no dia 11 de Junho, pelas 21h30m. Ouvir-se-ão obras do séc. XVIII.

A Gala de Ópera estará a cargo da Orquestra Sinfónica e coro da Companhia Portuguesa de Ópera. De acordo com o programa, serão apresentados trechos de óperas famosas, assim como momentos divertidos de opereta e canção conhecidos de todos. Adivinha-se muito Verdi (Traviatta, Trovador, Aida), a Carmen de Bizet (a mais popular e a minha preferida), etc., etc..

Será no dia 3 de Julho, pelas 21h30m, no Largo Rainha D. Amélia, em frente ao Palácio Nacional, em pleno centro da vila.

Pessoalmente, cansei-me de ópera há uns bons anos. Quando era miúda,adorava. Devo ter ouvido a Traviatta centenas de vezes...ainda hoje sei de cor as letras das árias. Mas agora, perturba-me o excesso que a ópera representa. Com tanta representação, cenário, luz, cantores, guarda-roupa, história e legendas, parece-me impossível ouvir a música. O ano passado vi no S. Carlos a Elektra de Richard Strauss e não consegui, de todo, prestar atenção à música. Prefiro-a bem pura.

Ainda assim, parece-me que será um espectáculo bem interessante, pelo local e conteúdo. Porá com certeza as pessoas bem dispostas e a trautear músicas bonitas. Suponho que seja esta a razão para este espectáculo estar na vertente contrapontos. Pelo preço não é seguramente.

O Festival apresenta-nos, ainda, uma ópera – agora em versão integral – nos dias 2 e 4 de Julho, também no Largo Rainha D. Amélia, em frente ao Palácio. Trata-se da ópera de Donizetti, o Elixir do Amor. Agora tenho de confessar que não conheço esta ópera. Foi estreada em 1832, pelo que será romântica.

Para terminar, sugestões para crianças. É de louvar a existência de iniciativas específicas para os mais novos. É uma regra que se tem estabelecido nos programas culturais. Como é evidente, é óptimo para graúdos e miúdos.

Já este fim-de-semana há cinema infantil no Centro Cultural Olga Cadaval, pelas 16h. Serão visionados onze pequenos filmes de animação, por ocasião do dia mundial da criança.

Também no Olga Cadaval, irá a cena a ópera infantil de Claude-Henry Joubert, intitulada Tutti Fan Frutti, que conta a história de um concurso de televisão em que se procura um novo Mozart. Será um Ídolos mais erudito…É no dia 13 de Junho, pelas 16h, e tem direcção musical de Tiago Marques.

No dia 20 de Junho, há concerto para bebés na Quinta da Piedade, pelas 10h e pelas 11h30m. O concerto explorará a sonoridade própria da guitarra portuguesa.

A destacar mais dois eventos para os mais jovens. O concerto dos violinhos, jovens violinistas dos 3 aos 17 anos, que tocarão música de várias épocas e origens. No dia 27 de Junho, pelas 16h (Olga Cadaval).



Por último, a ópera infantil inspirado no conto de Sofia Mello Breyner Andersen, o Rapaz de Bronze, produzido inteiramente pelo Conservatório de Música de Sintra. No dia 4 de Julho, no Olga Cadaval, pelas 16h, será a minha vez de ouvir os meus filhos cantar!
Acho muito bem que as instituições do concelho sejam incluídas e privilegiadas em organizações locais. É uma oportunidade de se dar a conhecer e um estímulo extra para realizar um bom trabalho.

Muito mais haveria a destacar do programa do Festival. Chegou tarde, mas é um bom programa. Que claramente tenta – em tempos de crise e provavelmente com um orçamento reduzido – dar aos amantes de Sintra e da música, momentos inesquecíveis.

Obrigada aos responsáveis pela sua organização. Desejamos-lhes e ao Festival os maiores sucessos!

0 comentários:

Enviar um comentário

  © Blogger template On The Road by Ourblogtemplates.com 2009

Back to TOP