Museu de História Natural de Sintra - Uma ligeira desilusão

Para entreter os miudos nas férias da Páscoa, fomos até ao Museu de História Natural de Sintra.
O Museu localiza-se no centro histórico da vila, nas traseiras do palácio, no antigo mercado totalmente remodelado para este fim.
O Museu contém, no essencial, a colecção privada de Manuel e Fernanda Barbosa, que durante mais de 50 anos reuniram um acervo único, composto por milhares de fósseis de valor cultural e científico incalculável.
Cá está uma foto do Prof. Miguel Barbosa, que retirei de um artigo interessantíssimo aqui publicado.

Não duvido, evidentemente, que a colecção seja fantástica e que estes coleccionadores, com a sua doação, proporcionaram a todos, em especial à população de Sintra, uma oportunidade única de poder ver estes fósseis.

Por que falo, então, em ligeira desilusão?
O Museu tem um aspecto moderno e um estilo de exposição agradável. Pode ver-se nesta foto a sala do piso inferior, onde está exposta a larga maioria das peças.

Apesar do aspecto apelativo, a verdade é que se trata de meras prateleiras onde estão colocados os fósseis, com números que conduzem a legendas com nomes indecifráveis. É tarefa impossível, enfadonha e inútil, ler as placas.
Julgo que, hoje em dia, os Museus têm a obrigação de ser um pouco mais interactivos, ensinando através da acção, do envolvimento do visitante com o exposto. Mostrar algo incompreensível em vitrines, prateleiras ou semelhante não ajuda muito.

Basta ver exemplos estrangeiros, como o Natural History Museum de Londes, para se perceber do que falo. Mas não é preciso ir tão longe: desça-se o Arraçário (Estrada do Carvalheiro) e entre-se no Centro de Ciência Viva para ver o que faz a felicidade de miúdos e gráudos. Mais, o que os faz realmente aprender.

Uma colecção tão digna de Sintra deveria ser exposta com igual dignidade. Fazer dos resquícios do velho mundo um notável exemplo de aprendizagem do século XXI - é só isso que pedimos.